É possível imaginar que um show inteiro de alguém como Elis Regina tenha se mantido inédito por quase 43 anos? Sim, e o primogênito da cantora, cuja morte completou 40 anos em janeiro passado, resolveu desengavetar o espetáculo gravado no Festival de Montreux de 1979.

A própria Elis havia decidido não tornar pública a sua apresentação no evento por onde passaram vários nomes da música brasileira naquela época. À TV Cultura, que exibirá essa preciosidade, João Marcello Bôscoli explica por que o espetáculo passou mais de quatro décadas guardado a sete chaves.

Produtor musical e comentarista de música na rádio CBN, Bôscoli comenta o show da mãe ao longo desta primeira exibição, agendada para sábado (19), a partir das 22h. A ocasião celebra os 77º aniversário da cantora, que ocorreria nesta quinta (17).

"Elis in Montreux", primeira participação da cantora no Festival de Jazz na Suíça, foi gravado em julho de 1979. O repertório conta com as músicas mais emblemáticas de cada fase de Elis Regina. Segundo João Marcello, não era hábito de Elis, em seus shows, cantar sucessos de outros álbuns. "Ela sempre apresentava as canções do último lançamento, mas nesse show do Festival de Jazz de Montreux foi diferente, algo inédito na vida dela", ele conta.

Outro depoimento gravado agora especialmente para a exibição vem de Hermeto Pascoal, que fez um dueto improvisado com Elis naquele show. No final, eles se juntam em uma jam session e cantam os clássicos "Asa Branca", "Garota de Ipanema" e "Corcovado".

Elis fez duas apresentações no mesmo dia do festival, e não gostou da segunda exibição, pedindo que não fosse divulgada. Logo após sua morte, o show foi lançado em disco. "Isso demonstra o nível de exigência e de qualidade que ela tinha", comenta o filho.

Elis in Montreux reúne um time de grifes na banda, com Cesar Camargo Mariano ao piano, Luizão Maia no baixo, Hélio Delmiro na guitarra, Paulinho Braga na bateria e Chico Batera na percussão.

Elis in Montreux
Sábado, 19 de março, às 22h, na TV Cultura