Zapping - Cristina Padiglione

Streaming foi único nicho a ganhar audiência em 2021 em todas as faixas horárias

Total de TVs ligadas caiu, assim como índices de TV paga e canais abertos; Record sofreu menor impacto

Cristiano (Romulo Estrela), Angel (Camila Queiroz) e Giovanna (Agatha Moreira) - Pedro Pinho/Globo

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

É sintomático que menos televisores tenham permanecido ligados de janeiro a novembro deste ano do que no mesmo período de 2020, quando a pandemia ainda enfrentava seus piores dias e o confinamento foi cumprido de maneira mais rigorosa.

Mas a fatia de público com TV ligada em qualquer lugar que não fosse canal aberto ou pago, o que abrange games, DVDs e especialmente streaming, cresceu mais que qualquer outro nicho na comparação entre esses dois trechos de calendário. Produções como "Verdades Secretas 2", no GloboPlay, e "Round 6", na Netflix, estiveram entre os hits das respectivas plataformas.

Estudo obtido pela coluna sobre dados da Grande São Paulo aponta que o total de TVs ligadas ao longo das 24 horas do dia na região caiu 5% (de 49 para 46 pontos percentuais) de janeiro a novembro de 2021 em relação ao mesmo período do ano passado. O horário com maior queda foi o da madrugada (da 0h às 6h), que perdeu 9% de TVs ligadas.

O segmento chamado pela Kantar Ibope como "Vídeo sem referência" cresceu 21% tomando como referência os mesmos parâmetros. E já ocupa 15,5% da atenção do espectador na média das 24 horas do dia.

No quesito de share, percentual sintonizado pelo público dentro do universo de TVs ligadas, a fatia consumida por "outros aparelhos" é vice-líder no ranking do consumo de TV, perdendo apenas para a Globo, que abocanha 30,8% das TVs ligadas. O segmento de TV paga perdeu 20% da audiência de um calendário para o outro, mas ainda detém 10,9% do bolo.

Nos dois casos, TV paga e vídeos sem referência, o percentual se refere a um punhado de possibilidades de canais e serviços de streaming. Como canal único, a Record é vice-líder no ranking, com 12,4%. A emissora, aliás, foi a que sofreu menor impacto na perda da TV linear, tendo fechado esse período sem oscilação no saldo das 24 horas do dia. Embora tenha perdido 7% de audiência pela manhã e 8% na madrugada, a Record foi a única a crescer na faixa nobre, horário em que a publicidade vale mais, saltando de 7,8 pontos para 8,3, um progresso de 7%.

A Globo perdeu 8% no mesmo horário (das 18h à 0h), caindo de 24,3 para 22,2 pontos. No saldo das 24 horas, a líder caiu de 13 para 11,9 pontos, acumulando queda de 9%.

A maior perda no período, na mesma região, é observada na faixa matutina da Rede TV!, que caiu de 0,3 para 0,2 ponto, representando nisso uma perda de 40%. No total das 24 horas, a emissora também foi a que mais perdeu (29%), somando apenas 0,5 na média de janeiro a novembro deste ano.

O segmento que soma canais pagos perdeu 20% de fatia de um ano para o outro, enquanto o SBT desidratou sua audiência em 15% no saldo das 24 horas.

Antes que o ano termine, a Kantar Ibope deve entregar os primeiros números referentes à discriminação dos tais "aparelhos sem referência", para especificar quanto, nesse bolo, cabe aos streamings, e a quais empresas de streaming. Os dados serão revelados pela primeira vez no universo pesquisado pelo instituto, graças ao focal meter, um novo medidor instalado no roteador das casas que compõem a amostra.

E até março, a Kantar pretende entregar informações mais precisas sobre o comportamento dos streamings, identificando os programas que estão sendo vistos em cada plataforma, como já acontece no Reino Unido.