Mães perdem seus filhos, avós deixam de mimar seus netos, irmãos não tem com quem implicar
Mortes em escola destroem famílias e atormentam a sociedade
A última quarta-feira (13) amanheceu dolorida. Tiros cessaram a vida de dez pessoas. Dois jovens, ex-alunos de uma escola estadual em Suzano (Grande SP), um de 17 anos e outro de 25, entraram no local e atiraram contra alunos e funcionários. Depois, se mataram. Antes, Guilherme, o mais novo, matou o tio.
Naquele dia, mães perderam seus filhos. Avós deixaram de mimar seus netos. Irmãos não terão mais seus companheiros de implicância. Colegas não vão se encontrar no recreio. Há um jovem que deixará de ir à igreja e outro que havia desenhado com o pai pela primeira e última vez. Há outro que não fará vestibular.
Até o momento que escrevo esta coluna, contabilizo outras mortes chocantes dos últimos tempos: 13 nas enchentes em São Paulo, a meningite que levou Arthur Lula, um ano sem Marielle.
Toda vez que morre um filho, morre parte de uma mãe. Toda vez que morre um filho, a dor das mães só aumenta. Não há como prever tragédias, mas dá para evitá-las. E o caminho é sempre o do amor. Mesmo que essa defesa esteja fora de moda em uma sociedade armamentista e doente. Por isso, todos os dias, eu digo às minhas filhas que as amo. Porque vamos resistir juntas, na dor e no amor.