Maternidade não pode ser desculpa para mães desistirem de se cuidar e ser feliz: 'Vamos despertar'
O fato é que o corpo muda, muda muito após um filho
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No início deste ano, publiquei em minhas redes sociais um texto no qual eu falava sobre a pele materna em que habito. Eu dizia sobre como tudo muda após a maternidade, principalmente o nosso corpo, e o quanto isso incomoda as pessoas e, consequentemente, reflete em nós, mães.
Primeiro, porque não há empatia. Nesta sociedade da imagem, levam em conta tão somente nossa aparência. Segundo, porque entre tantos papéis que nos atribuem, nos dão a incumbência de, como mães, estar em boa forma. E isso é extremamente cruel.
Contei que passei anos me rebelando contra tudo isso. Aprendi essa lição 40 dias após parir a primeira filha e, naquele momento, decidi que ninguém me colocaria em caixinha nenhuma. Vivi a maternidade com muito amor (e ainda vivo), mas deixei de perguntar ou mesmo de falar sobre peso. Quanto engordei, quanto alguém engordou, se estava dentro dos padrões ou não.
O fato é que o corpo muda, muda muito após um filho. Imaginem depois de ter dois ou três, como muitas mulheres. Somado a tudo isso há o fato de que a gente envelhece e não é possível chegar aos 40 com o mesmo corpo dos 18 anos.
Tudo isso para falar que eu havia decidido, no começo deste já turbulento 2019, que este seria o meu ano de autocuidado. Tomei a decisão depois de 12 anos de maternidade rebelde, sem querer me encaixar. E o mais bacana é que, aos poucos, fui descobrindo muitas mães que decidiram fazer de 2019 o seu ano. Seja por saúde, por beleza, por bem-estar ou mesmo por tudo junto.
As metas das mães, como mulheres que também somos, são muitas. A gente quer malhar um pouquinho, comer bem, ficar gata, namorar e se divertir com os amigos. E também queremos estar junto de nossos filhos. Realizar nossos sonhos, fazê-los felizes, enfim, nos sentirmos mais plenas.
Essas mães me dão força, diariamente, mesmo que eu não consiga falar com todas elas com frequência. Elas me dão força porque eu sei que, em cada canto deste país, existe uma mulher como eu, que trabalha (dentro e/ou fora de casa), estuda, tem problemas, cria filhos e enfrenta suas batalhas, mas não desistiu de se cuidar, não desistiu de ser feliz e despertou para o fato de que, quanto melhores estivermos, melhores mães seremos. E, hoje, faço um convite a quem ainda não despertou: vamos juntas fazer de 2019 o nosso ano?
LIVRO ABORDA O MEDO DE LIDAR COM AS NOVIDADES
Todas as vezes que temos mudanças bruscas lá em casa eu faço a leitura de um livro para as meninas. "Quem Tem Medo do Novo?", de Ruth Rocha (ed. Global, 24 págs., a partir de R$ 31,26), é o preferido para tratar desse temor de viver novidades, que todos sentimos.
Em nossa biblioteca, a obra está como uma das preferidas –com leitura repetida várias vezes. Temos um carinho especial pela edição de 2012, que é a nossa, quando houve a quarta reimpressão do livro, com ilustrações da talentosa Mariana Massarani.
O livro é escrito em versos e essa leitura rimada, em minha opinião, é deliciosa de fazer em voz alta e de fácil assimilação para crianças e adolescentes. Há versos que me emocionam, como quando a autora diz: "Quem é que tem medo, afinal, de crescer? Já que tudo isso é apenas viver..."
Muitas vezes eu disfarço a voz embargada, porque fazer algo diferente do que se está acostumado traz frio na barriga para elas e eu prefiro me manter forte para dar o abrigo necessário. Eu também tenho medos, mas sei lá no fundo que "goste ou não, tem que andar para a frente! Voar como o vento! Pois quem para é poste: a vida é movimento!".