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'The Handmaid's Tale': Serena expande fronteiras de Gilead no 5ª ano

Yvonne Strahovski comenta ascensão de sua personagem como grande vilã

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São Paulo

"Desequilibrada". Essa é a palavra que define Serena Joy na 5ª temporada da série "The Handmaid's Tale" segundo sua intérprete, a australiana Yvonne Strahovski, 40. Nos episódios que chegam ao Brasil a partir deste domingo (18) pelo serviço de streaming Paramount+, a personagem se tornará a maior antagonista de June (Elisabeth Moss) na trama.

"Serena só pensa em se vingar", avalia a atriz, cuja personagem vai descobrir que o marido, o comandante Fred Waterford (Joseph Fiennes) foi morto pela ex-aia. Foi uma vingança pelos anos que passou sendo abusada, inclusive sexualmente, na casa do casal em Gilead, a nação ultraconservadora que se instalou em boa parte do território americano na série.

"Vamos sentir um novo sabor de Serena", adianta Strahovski. "Até já a vimos de desequilibrada, mas não dessa forma. Ela está com medo real do que a June é capaz de fazer. Então, ela tenta se equiparar da melhor forma que sabe, transformando a Hannah [filha de June] em seu alvo."

Na trama, Hannah foi tirada dos pais e dada à adoção. Serena, que descobriu estar grávida na temporada passada, vai usar isso a seu favor para conseguir voltar a Gilead —ela estava detida no Canadá— para o funeral de Fred, um evento pomposo que vai ter grande repercussão na história.

"Acho que essa gravidez dá poder a ela, justamente por ser uma gravidez miraculosa", afirma a atriz, lembrando que na série a maioria das mulheres não consegue ter filhos após uma pandemia de infertilidade. "Isso atrai muita atenção para ela, esse olhar do público vai servir como uma proteção para ela e, de certa forma, vai lhe dar poder e uma voz como mulher."

Para a intérprete, Serena é uma mulher que acredita na ideologia imposta por Gilead, mesmo com o tratamento que é dado às mulheres por lá. "Acho que ela tem uma fé profunda, mesmo que ela tenha ficado enfraquecida em alguns momentos", avalia. "Ela questiona algumas coisas, mas algo nela sempre volta à convicção de que Gilead é uma tentativa de criar um ambiente seguro para que as pessoas possam ter filhos de novo."

Ela conta o que imagina que está se passando na mente da personagem: "Estávamos nesse momento em que a Terra tinha sido amaldiçoada e que a espécie humana estava com sua continuidade ameaçada, e olhem para mim agora, deve ser um milagre!". "Acho que parte dela acredita que Deus a abençoou por todos os sacrifícios e escolhas que ela fez até aqui", afirma.

Com a gravidez "milagrosa" e a visibilidade que ela ganha como viúva em um funeral de estado, Serena está pronta para alçar voos maiores. "Se uma posição de liderança fosse oferecia a ela em Gilead, tenho certeza de que ela aceitaria", prenuncia Strahovski. "Acho que ela gostaria que as vozes femininas fossem mais ouvidas, mesmo que ela não conseguisse mudar muita coisa, ela sabe jogar o jogo e também seria uma satisfação pessoal do ponto de vista egoísta."

Para se tornar a grande vilã da temporada, no entanto, a personagem não pode estar longe da protagonista, então ela volta ao Canadá, mas levando um pouco de Gilead consigo. "Acho que ela está devastada e aterrorizada, mas ela percebe que tem uma base de fãs em Toronto e em outros lugares do mundo, então vai montar nesse cavalo", afirma.

"A Serena nunca foi alguém a quem faltaram ferramentas, então essa é mais uma que ela vai tirar da cartola", continua. "Essa é a única arma que sobrou, então ela vai entrar com tudo nessa jornada."

Criador da série, Bruce Miller, confirma que esse será um dos maiores arcos dramáticos da história neste ano. "Uma das grandes temáticas vai ser o enfrentamento de June e Serena Joy", afirma. "É como se fosse uma deliciosa partida de xadrez em que, a cada episódio e ao longo de toda a temporada, elas se alternam para ver quem está por cima."

O esperado duelo entre as duas personagens deve ser um dos pontos altos da série. "São duas rivais que se odeiam, mas tem algo muito interessante também no fato de que elas se respeitam, apesar de tudo", avalia. "Acho isso fascinante, principalmente no mundo em que vivemos atualmente, no qual opositores políticos ou pessoas com pontos de vista muito diferentes poderiam achar esse lugar em comum também."

Strahovski conta que sempre volta a alguns momentos da personagem para entender por que duas mulheres fortes como June e Serena quase nunca conseguiram se bicar. "Acho que tudo começa ainda no piloto da série, quando vemos que algo aconteceu entre Serena e Fred, dando a entender que ele a traiu com a aia anterior", comenta. "O que quer que tenha acontecido já estabeleceu uma ruptura nesse casal."

"Olho para isso como se fosse a vida real: você fica traumatizada por deixar de ser uma relação bonita e inocente entre duas pessoas que realmente se amavam, quando ocorre uma traição e as feridas começam a aparecer", continua. "No caso da Serena, ela tem muita raiva e amargura dentro dela. Acho que ela tentou se conectar com as pessoas, mas em Gilead todos são jogados uns contra os outros e as mulheres não têm voz, então acho que ela se frustra com o fato de tentar ter uma conexão com a June, mas isso falhar continuamente."

Ainda sobre a personagem, odiada por muitos e tida como uma traidora das conquistas das mulheres, a atriz diz que procura entender o que leva Serena a fazer as coisas que faz. "Para mim, é sobrevivência", afirma. "Todo mundo arranja um jeito diferente de sobreviver em Gilead e precisa fazer escolhas, algumas boas e outras más. Serena não faz essas escolhas baseada em lealdade, mas em sua própria sobrevivência."

"THE HANDMAID'S TALE"

Avaliação:
  • Quando: Estreia 18/9
  • Onde: No Paramount+
  • Elenco: Elisabeth Moss, Yvonne Strahovski, Madeline Brewer, Ann Dowd, OT Fagbenle e Max Minghella, entre outros.