Atriz de 'The One' revela se usaria DNA para encontrar sua alma gêmea
Série explora aplicativo que possibilita dar 'match' com o amor da sua vida
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Se houvesse uma forma garantida de encontrar a sua alma gêmea, você pagaria por isso? É isso o que milhões de pessoas fazem em "The One", da Netflix. A série britânica, que chegou ao Top 10 da plataforma no Brasil, mostra uma empresa que descobre uma forma de descobrir quem é a pessoa ideal para você por meio do DNA.
Quem comanda a companhia, com mãos de ferro, é a ambiciosa Rebecca Webb, uma das cientistas por detrás da descoberta. Ao longo de oito episódios, vamos descobrindo até onde ela vai para manter o próprio império —e também o que é capaz de fazer para construi-lo.
A personagem é interpretada pela atriz Hannah Ware, 38, que avalia que a confiança que a personagem parece ter é parte da armadura que construiu para atingir seus objetivos. "Foi muito interessante interpretar alguém que teve que criar uma casca tão grossa em torno dela para fazer as coisas que ela quer", diz a atriz, em entrevista ao F5.
"Do ponto de vista psicológico, achei muito bom poder explorar uma personagem que tem uma certeza ideológica tão grande que chega a meios extremos para provar a todos que está certa", afirma. "Ela quer mostrar a todos que o aplicativo que descobriu é essencial para todos, e acaba se comportando de uma maneira muito obstinada. Foi muito divertido, de uma forma estranha."
A personagem esconde segredos de quase todos os que a cercam, inclusive da pessoa que foi pareada com ela pelo aplicativo, ou seja, sua alma gêmea. "Faz sentido que ela seja capaz de fazer isso, de reter informações e ser bastante furtiva, por causa da maneira como ela criou esse escudo em torno dela", avalia.
Um dos pontos fracos de Rebecca é o personagem James (Dimitri Leonidas), o cientista que fez a descoberta com ela e que se desligou da empresa por motivos misteriosos. Apesar de terem sido grandes amigos no passado, a relação deles é uma gangorra cheia de altos e baixos.
"A relação com o James é como o batimento cardíaco emocional da série", diz a atriz. "É quando eles estão juntos que Rebecca mostra que tem uma consciência e que você percebe que ela tem emoções. Esse relacionamento mostra que ela é capaz de ter uma interação humana normal. E isso revela como ela é uma personagem multidimensional."
Já com o colega de apartamento Ben (Amir El-Masry) o buraco é mais embaixo. O rapaz é apaixonado por ela e não esconde. "Todos temos pessoas em nossas vidas que são grandes amigos e que poderiam estar num lugar romântico", diz Ware. "Se você consegue fazer essa transição é fantástico, mas nem sempre isso é possível."
Porém, Ben é encontrado morto e ninguém sabe ao certo o que ocorreu, o que faz com que a polícia passe a investigar os últimos passos dele. "Rebecca se envolve em uma situação com Ben, a quem ela traiu, e isso tem consequências muito sérias para ambos", adianta. "É interessante ver uma personagem como a Rebecca, que tem um drive tão ambicioso e implacável dentro dela, reage a uma situação como essas."
A trama é inspirada no livro homônimo de John Marrs, lançado em 2017 e traduzido para mais de 30 idiomas (inclusive português). Ware diz que não havia lido a obra antes, mas acabou tendo curiosidade. Ela lembra, porém, que não se trata de uma adaptação direta do texto. "Não tentamos replicar o livro", avisa. Para os fãs da obra, vale avisar que os personagens não são os mesmos.
Perguntada se acredita em almas gêmeas e que há uma pessoa em algum lugar do mundo para todo mundo, a atriz é pragmática. "Gosto de pensar que há mais de uma pessoa porque acho uma maneira mais otimista de olhar para a questão", afirma.
Na série, mesmo as pessoas que já são casadas passam a usar o aplicativo, o que causa uma onda de divórcios e preocupa o governo. O mesmo ocorre com pessoas que, mesmo não casadas, achavam já ter encontrado a cara-metade. Elas acabam querendo uma confirmação de que aquele é seu amor verdadeiro —o que muitas vezes não ocorre.
Ware respondeu se, caso o aplicativo da série existisse de verdade, gostaria de usá-lo. "Não sei, depende de onde eu estivesse na minha vida", avalia. "Se eu estivesse livre e sentisse precisar fazer isso, sim. Tenho certeza de que muitas pessoas gostariam de fazê-lo."
A série foi gravada antes de a pandemia estourar. A atriz diz que foi complicado esperar a estreia em meio a tantas coisas insanas ocorrendo no mundo, mas gostou de poder oferecer esse entretenimento a quem está em casa.
"Uma forma fofa de pensar é lembrar que tive a possibilidade de receber muitas mensagens de fãs de todo o mundo", diz. "É muito bom ter pessoas me dizendo que gostaram. Eu me sinto muito mais conectada agora, especialmente porque não há mais nada acontecendo."
A atriz afirma ter planos para quando puder viajar: conhecer o Brasil. "Esse é 'o' lugar que eu quero muito ir, está na minha lista para assim que essa confusão toda passar", revela. Enquanto isso não ocorre, ela sonha com a possibilidade de uma nova temporada de "The One". "Espero que tenhamos, mas ainda não sabemos."