Colunista culpa desenho animado Pepe Le Gambá de 'normalizar cultura do estupro'
Charles M. Blow criticou também Ligeirinho e a mulher negra representada em Tom e Jerry
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Se você está entre as pessoas que se divertem com as tentativas de Pepe Le Gambá conquistar a gatinha nos desenhos da Warner Bros, vai se interessar pelo artigo publicado nesta quarta-feira (3) pelo colunista Charles M. Blow, no New York Times. No polêmico texto ele afirma que o gambá francês normalizou e perpetuou a cultura do estupro.
Ele argumentou também que o racismo está profundamente enraizado na cultura americana (especialmente na cultura pop), fazendo parte da vida das crianças desde a primeira infância. Para exemplificar, ele citou desenhos animados como Ligeirinho, também da Warner Bros, que diz representar de maneira preconceituosa os mexicanos.
Outro exemplo citado por Blow é a empregada negra corpulenta que fala com uma voz caricaturizada, que é exibida apenas das pernas para baixo no desenho Tom e Jerry. De acordo com o Page Six, o artigo gerou polêmica no que concerne à crítica a Pepe, com pessoas concordando e discordando do articulista por sugerir que um desenho poderia influenciar o comportamento na vida real.
Blow respondeu aos críticos, inclusive citando páginas na internet que o atacaram. "Os blogs RW estão loucos porque eu disse que Pepe Le Gambá acrescentou à cultura do estupro. Vamos ver. 1. Ele agarra / beija uma garota / estranho, repetidamente, sem consentimento e contra sua vontade. 2 . Ela luta fortemente para se afastar dele, mas ele não a solta. 3. Ele tranca uma porta para impedi-la de escapar", escreveu neste sábado (6) no Twitter.
Os defensores do desenho não aceitaram a explicação dizendo que o desenho animado, que apareceu pela primeira vez em 1945, não foi feito para ser interpretado dessa forma. Eles acrescentam também que foi tudo uma boa diversão e que nenhuma criança iria absorver o comportamento de Pepe como algo a ser imitado. Blow, porém, finalizou a discussão, mostrando porque vê Pepe como um personagem tóxico.
"Isso ajudou a ensinar aos meninos que 'não' não significava realmente não, que era parte do 'jogo', a linha de partida de uma luta pelo poder. Ensinou que superar as objeções rígidas e até físicas de uma mulher era normal, adorável, engraçado. Eles nem mesmo deram à mulher a habilidade de falar", concluiu.