'The Wilds' trata de sororidade entre adolescentes presas em ilha misteriosa
Criadora da série revela influências de 'Lost', 'Náufrago' e 'O Senhor das Moscas'
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Avião cai e sobreviventes ficam presos em uma ilha deserta, tão cheia de belezas naturais quanto de mistérios. Não, você não está lendo uma sinopse de "Lost", sucesso que fez a audiência mundial queimar os neurônios entre 2004 e 2010 tentando desvendar o que estava por trás das coisas inexplicáveis que aconteciam na série. Aqui o assunto é "The Wilds", que estreia nesta sexta-feira (11) na Amazon Prime Video.
Comentadas as semelhanças (a criadora Sarah Streicher admite também influências do livro "O Senhor das Moscas", de William Golding, e do filme "Náufrago"), vamos às diferenças: os passageiros, ou melhor, as passageiras. Todas as sobreviventes são garotas na faixa dos 16 anos, que estavam indo para um retiro feminista (algumas à princípio por vontade própria, outras obrigadas pelos pais).
Além disso, os mistérios, aqui, são um pouco mais terrenos. Não há nada sobrenatural ou metafísico. E, de cara, ficamos sabendo que a pesquisadora Gretchen Klein (Rachel Griffiths), que ficou em terra firme, pode ter alguma coisa a ver com tudo o que está acontecendo. Ao longo dos dez episódios, vamos entendendo o porquê.
Em conversa com jornalistas, da qual o F5 participou, a atriz Sarah Pidgeon, que interpreta a sensível Leah, diz que, apesar de o elenco ser exclusivamente feminino, a série tem apelo para todos os públicos. "A universalidade dos traumas nas histórias dessas pessoas não são apenas particulares às mulheres", avalia.
"Espero que isso ajude a desenvolver uma certa dose de empatia e compreensão, de se ver em outra pessoa, mesmo que você seja não uma jovem mulher", afirma. "O poder e a força que essas pessoas têm naquela ilha podem ecoar e ser sentidos por todos os espectadores."
Reign Edwards, que vive a atleta perfeccionista Rachel, lembra que é uma série sobre isolamento em um período em que a pandemia do novo coronavírus deixou boa parte da população mundial sem poder sair de casa. "Acho especialmente importante no mundo de hoje."
"Tenho uma irmã mais nova que ainda está no ensino médio e, com essa experiência de isolamento, está sendo muito diferente para ela agora", lembra. "Eles não podem ter um baile de formatura, não podem ter muitas das coisas que nós tivemos para poderem se relacionar. Ver a relação dessas garotas vai ajudar muita gente."
Aliás, embora haja muitas brigas em cena, as atrizes garantem que os bastidores foram bem tranquilos. Erana James, intérprete da desencanada Toni, diz, aos risos, que "teve bem menos brigas". "Tivemos uma química incrível", afirma. "Já nos conhecemos há quase dois anos agora, desde 2018, e gosto de pensar que estamos aqui umas para as outras, tanto na tela quanto fora dela. Construímos relações muito fortes, que é o motivo de isso transparecer na série."
E, apesar de gravar em uma praia da Nova Zelândia não parecer um grande sacrifício, as garotas afirmam que foram muitos os sacrifícios. Muito embora, digam que isso as ajudou a mostrar mais autenticidade em cena. "Filmar naquela praia foi 80% da nossa atuação", diz Jenna Clause, que vive a introvertida Martha. "Ao longo do dia, o tempo fazia o trabalho por nós. Estávamos sempre morrendo de frio, ou com areia nos olhos (risos)."
Mas não foi só a ilha a responsável pelas performances das atrizes. Mia Healey, que faz sua estreia como a participante de concursos de miss e conservadora Shelby, diz ser muito diferente da personagem. "Muitas das coisas que ela faz não se alinham com os meus valores e com a minha moral", conta. "Tenho empatia por ela e não a julgo, mas em comum só temos o fato de sermos muito vivazes e otimistas."
Sophia Ali (a Dahlia Qadri de "Grey's Anatomy") também diz que não tem nada a ver com a patricinha Fatin. "Enquanto filmava, eu achei essa apreciação por abraçar meu lado feminino e encontrar empoderamento e fortalecimento em perder completamente a vergonha disso", avalia. "Isso é muito poderoso."
"Há também um monte de coisas sobre isso que me incomodam e tem a ver com o fato de ela ser uma adolescente", afirma. "Ela faz coisas que eu acho horríveis. Por que você faria isso? É a pior maneira de lidar com aquela situação... Eu sei que nunca faria, mas provavelmente é apenas porque, você sabe, sou um pouco mais madura que ela."
Já Shannon Berry, que vive a prática Dot, diz enxergar algumas semelhanças entre ambas. "A Dot é melhor em deixar as coisas para lá, mas acho que nós compartilhamos essa adolescente boba, gostamos de consertar as coisas, seja nos relacionamentos ou numa situação que está acontecendo", avalia. "Mas diferimos, principalmente no que diz respeito aos garotos (risos)."