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Diretor de 'Desalma' diz que efeitos da série são para evitar sustos, não para dar

Em vídeo exclusivo, Carlos Manga Jr. afirma que a palavra 'perda' define a trama

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São Paulo

Com uma forte pegada sobrenatural, a série "Desalma" (Globoplay) tem deixado o público de cabelo em pé com os mistérios que acontecem na fictícia cidade de Brígida. Mas, segundo o diretor Carlos Manga Jr., a ideia não é mostrar nada que vá assustar a audiência.

"Uma coisa que nós escolhemos e que eu acredito muito é a direção sugerida", conta em vídeo exclusivo para o F5. "É aquela direção que não mostra, que sugere, que você percebe o antes e percebe o pós, mas você não vê o durante."

Para ele, os efeitos são usados justamente para que nada desnecessário apareça na tela. "Não tem ninguém que atravessa a parede, não tem ninguém que voa", exemplifica. "É muito mais em cima da atmosfera."

"Mesmo que nada aconteça —ou aparentemente nada aconteça—, você sente um desconforto naquela atmosfera. Os elementos sobrenaturais existem porque eles fazem parte dessa atmosfera mística, dessa atmosfera carregada de metafísica."

O diretor também afirma que uma palavra atravessa toda a série: perda. "Se eu for filosofar sobre a série, diria que [é sobre] a nossa relação com a dificuldade de aceitar as perdas", avalia. "Através de uma perda, essa mulher traz de volta como se ela invocasse os seus rituais e, a partir daí, uma série de coisas estranhas começam acontecer."

A mulher a que ele se refere é Haia, personagem defendida por Cassia Kis. "É literalmente a bruxa, só que ela não é a bruxa típica que nós imaginamos", resume. "[É] uma mulher que sofreu porque perdeu o marido e a filha —a filha por assassinato—, então ela não aceita o que é irremediável e usa o sobrenatural para remediar."

Sobre Giovana, personagem de Maria Ribeiro, ele conta que é uma mulher cosmopolita que acaba inserida naquele contexto. "Ela perdeu o marido, e o marido é dessa cidade", conta. "Ele é filho de ucranianos de Brígida. Então vem para Brígida com as filhas a tiracolo para ocupar uma casa que era da família do marido e ela se envolve nesta neblina que faz parte da atmosfera de Brígida."

Por fim, Ignez, papel de Claudia Abreu, também lida com esse sentimento. "Além de ser uma mulher que teve um passado muito problemático, porque perdeu o irmão e ela não aceita", avalia. "Isso afetou ela vida inteira."