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Marcos Palmeira fala sobre thriller policial e relembra sequestro de amiga: 'Foi muito difícil'

Ator fará delegado que comanda grupo antissequestro no Rio dos anos 1990

Marcos Palmeira como o delegado Benício no filme "A Divisão", que deve ser lançado em 2020 - IMDb/Divulgação

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Rio de Janeiro

​No elenco do drama policial “A Divisão”, o ator Marcos Palmeira, 56, dará vida ao delegado Benício. O personagem comanda uma operação antissequestro no Rio de Janeiro dos anos 1990. A trama traz um tom muito realista para o ator, que teve uma amiga sequestrada nessa época. 

“Tive uma amiga que foi sequestrada. Foi muito difícil aquela época. Lembro bem. Ela foi sequestrada de bobeira. Acharam que era uma pessoa e era outra. Mas tudo foi resolvido e acabou bem”, relembra o ator, em conversa com o F5.

Baseado em fatos reais, o longa tem como pano de fundo uma época em que a capital fluminense registrava cerca de 11 sequestros por mês. O filme é dirigido por Vicente Amorim e produzido por José Júnior, do Afrorregae. A trama tornou-se conhecida do público em julho deste ano na série homônima exibida pelo Globoplay.

O ator diz também que sofreu bastante com a violência no Rio quando era criança. “Desde a minha infância, fui assaltado várias vezes. Será que realmente evoluímos? Será que estamos tendo soluções ou é só um blá blá blá político que foca na corrupção?”, indaga. “É uma questão complexa.”

Previsto para estrear nos cinemas em 9 de janeiro, o thriller policial retrata os bastidores do trabalho dos policiais da Divisão Antissequestro (DAS) que, apesar das diferenças de comportamento e caráter, se unem para solucionar os casos.

O chefe de polícia Paulo Gaspar (Bruce Gomlevsky) convoca os policiais corruptos Roberta (Natalia Lage), Santiago (Erom Cordeiro) e Ramos (Thelmo Fernandes). Eles se juntam ao delegado Mendonça (Silvio Guindane), conhecido por seu ódio à corrupção e também por seu comportamento extremamente violento no trato com os criminosos. O time é supervisionado pelo delegado Benício, encarregado do caso.

“Foi a primeira produção de ficção do Afroreggae. Filmamos em lugares que nunca tinham sido mostrados. Foi uma oportunidade que tivemos de entrar dentro das comunidades. Tudo isso foi muito rico”, diz o ator, que está em outros dois filmes recentes, “Intervenção”, dirigido por Caio Cobra e “Boca de Ouro”, adaptação da peça teatral de Nelson Rodrigues com direção de Daniel Filho.

“Foi muito importante poder mostrar uma história de que quando a polícia quer, ela se junta e resolve os problemas. Essa talvez seja uma grande lição para o Brasil”, acrescenta Palmeira.

A atriz Natália Lage, 41, afirma que fez aulas de tiro e conversou com policiais corruptos e não corruptos para compor Roberta. “Ela é uma policial cujo trabalho extraoficial é basicamente pegar os bandidos e sequestrá-los. Ela pega o dinheiro e solta os caras depois. Ela, Ramos e Santiago trabalham juntos, são amigos há muitos anos. Em um determinado momento, eles são convocados a participar da DAS, mas lá o esquema é diferente e o trio vê que vai perder as mamatas.”

A atriz define sua personagem em “A Divisão” como uma mulher ambiciosa, amante do dinheiro e que não mede consequências para conseguir o que deseja.

Em um determinado momento, Rômulo e Santiago meio que se juntam e ela se sente preterida. Nesse momento, o delegado começa a pedir uns favores para ela, e quando ela vê, foi longe demais”, adianta Lage.

Uma das locações escolhidas para a gravação do filme foi a Vila Vintém, comunidade localizada entre os bairros de Realengo e Padre Miguel, na zona oeste do Rio. A atriz revela que houve tiroteio em um dos dias de gravação, que foi mediado por José Júnior para que a equipe pudesse seguir com os ensaios.

“Esse é um filme violento feito com amor, por mais cafona que soe. Ficamos muito amigos e passamos muito perrengue. Fizemos noturna de quatro dias com um fuzil enorme. Aprendi a atirar. Não viramos exímios atiradores, mas tivemos noções de como montar uma arma”, diz a intérprete da policial corrupta.

Ela ressaltou também que a dicotomia de mocinhos e vilões é coisa do passado. "É importante pensarmos que não tem bonzinho e mauzinho. São seres humanos com fraquezas, motivações, arrependimentos."