Celebridades

Harry Styles faz 30 anos: como o artista inglês foi de galã do One Direction a símbolo queer

Aniversariante desta quinta-feira (1), cantor consegue transitar entre os extremos, mas mudança brusca é vista com desconfiança por alguns

Harry Styles, 30 anos: em dez anos, artista vai de galã a símbolo queer, sem jamais deixar de ser galã - Henry Nicholls/REUTERS

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São Paulo

Harry Styles faz 30 e chega à idade dos adultos como um millenial sexy, insinuante e com uma visão de moda "sem medo e sem limites", como definiu a revista Dazed, para a qual ele posou com roupas femininas, há um par de anos.

Longe da imagem estereotipada dos galãs de dez anos atrás, quando fazia parte da boy band One Direction, e próximo da ala mais progressista da geração com quem cresceu —movida a pautas sociais e defensora da liberdade de gênero—, Styles virou um símbolo queer.

Descoberto pelo produtor Simon Cowell na competição The X Factor, era tietado aos gritos por garotas de 10 a 20 anos, que se aglomeravam na porta de hotéis ou onde quer que ele estivesse. Isso há dez anos, exatamente em 2014. Em cenas clássicas da relação fã X ídolo, meninas gritavam desesperadamente pela mínima aproximação do rapaz. Seu rosto estava em capas de revista, seus relacionamentos (incluindo Taylor Swift) eram expostos e invejados nas redes, na imprensa, em todos os lugares.

Ao longo dos anos da One Direction, rumores davam conta que Harry e Louis Tomlinson, ex-companheiro de banda, tinham um affair. "Larry" (junção dos nomes) bombava no Twitter (hoje X), era um assunto comentado mundo afora, com exceção deles mesmos.

Louis, o suposto casinho de Styles, chegou a dizer em entrevista que os boatos abalaram a amizade dos dois, que publicamente namoravam garotas famosas, como Eleanor Calder e Olivia Wilde.

Harry nunca comentou sobre a sexualidade abertamente e diz nunca ter exposto também qualquer relacionamento. Mas é fato que, após deixar a One Direction, adotou visual e posturas identificadas como gênero fluido e passou a cantar músicas como "Watermelon Sugar", uma verdadeira ode ao orgasmo feminino.

Diante desta transição, um pouco brusca na visão de alguns, ele foi acusado de praticar "queerbaiting", termo que, na internet, significa utilizar símbolos da cultura LGBTQIA+ só para a atrair a atenção do grupo. Ao receber o Grammy por Melhor Álbum do Ano em 2023, deu um beijo no cantor escocês Lewis Capaldi e agradeceu o prêmio com um discurso criticado: "Isso não acontece muito com pessoas como eu".

Fato é que Harry foi de galã a símbolo queer acompanhando a sua própria geração, que se abriu rapidamente a pautas sociais, de combate a homofobia e apoio a todas as formas de amor. Uma geração que já estava cansada de ídolos héteros acusados de abuso, assédio ou traição, como Johnny Depp ou Neymar viu ali o que procurava: um ídolo transgressor e de cabeça aberta, sem preconceitos.

Ao mesmo tempo, o galã continua ali. Todos os seus relacionamentos publicamente expostos foram heterossexuais (namora atualmente a atriz Taylor Russell). Nos cinemas, no mesmo ano em que atuou em "Não se Preocupe Querida", no qual faz par romântico com Florence Pugh, gerou frisson ao performar em cenas de sexo gay em "Meu Policial".

Para a nova década, o astro pop não divulgou novo álbum nem participação em filmes ainda. Só mudou o visual (abandonou os cachos e raspou radicalmente a cabeça) e fez aparições em eventos de moda. Mas, se podemos esperar algo, esperaremos essa dubiedade entre galã e desconstruído. Velho e novo Harry Styles.