Tabet, Gentili e mais humoristas criticam censura de Justiça a vídeo de Léo Lins
Decisão do Ministério Público divide opiniões nas redes sociais
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Após a censura do especial de comédia de Léo Lins, Fábio Porchat não foi o único a expressar sua opinião nas redes nesta quarta-feira (17). Entre os humoristas, a maioria saiu em defesa do comediante e contra a decisão do Ministério Público.
O fundador do canal Porta dos Fundos, Antonio Tabet, disse ser um "absurdo" censurar o humor. "Não cabe à Justiça —e nem a ninguém— aprovar ou censurar piadas alheias. Pode-se gostar, detestar ou criticar a comédia, mas piadas são só piadas. Piadas não matam mais que dramas, jornalismo, publicidade ou a realidade."
Outro humorista, Oscar Filho, elegeu a decisão como "o maior absurdo" que já viu na comédia. "Isso aqui tem precedentes? O maior absurdo que eu vejo na comédia desde que o CQC foi impedido de entrar no Congresso e a proibição de piadas com políticos."
Já Danilo Gentili respondeu de forma irônica um comentário de Porchat que dizia "que loucura", sobre a medida. "O politicamente correto é uma coisa boa, do bem, como você mesmo disse algumas vezes", ironizou o apresentador.
Fábio Rabin também julgou a decisão como absurda: "A arte é subjetiva. Isso é censura. A diferença do gabinete do ódio para isso é que essa é explícita. Tá errado". Ele também nega que a discussão seja política: "a treta toda é proibir uma piada. Logo mais vai proibir um Rap, logo mais uma propaganda do seu 'trampo', e por aí vai".
Fora do mundo do humor, no entanto, as opiniões a respeito da decisão se dividiram nas redes. O jornalista William De Lucca defendeu a regulação dos crimes de ódio pela lei: "Tem lei que regula o que é discurso de ódio, machismo, racismo, misoginia, xenofobia, intolerância. Não tem lei para censurar piada, poesia, livro, palestra, mas tudo o que se fala está sob o jugo da lei".
Matheus Caseca, da conta no Twitter @odontinho, citou uma fala de Léo Lins para criticar a opinião de Porchat: "negro não consegue achar emprego, mas na época da escravidão já nascia empregado e também achava ruim". "É esse o tipo de 'humor' que o Fábio Porchat acha uma vergonha ser retirado do ar e proibido de fazer", escreveu o internauta.