Judi Dench, 87, pediu à Netflix que adicione um aviso ao drama sobre a monarquia britânica "The Crown". Em uma carta ao The Times nesta quinta-feira (20), a veterana disse que, à medida que o programa premiado se aproxima dos tempos atuais, "parece disposto mais livremente a borrar as linhas entre precisão histórica e sensacionalismo bruto".

A atriz britânica se junta a um coro de vozes que vêm criticando as histórias ficcionais da série. "Embora muitos reconheçam 'The Crown' pelo relato brilhante, mas ficcional dos eventos que é, temo que um número significativo de espectadores, principalmente no exterior, possa considerar sua versão da história como totalmente verdadeira", afirmou ela.

Dench, que fez sucesso como a chefe de James Bond, "M", já interpretou a rainha Victoria, bem como a rainha Elizabeth 1ª nas telas. Por este último papel, que ela desempenhou em "Shakespeare Apaixonado" (1998), ela ganhou o Oscar em 1999.

A Netflix diz que "The Crown", que segue o reinado da falecida rainha Elizabeth ao longo de décadas, é uma "dramatização fictícia", inspirada em eventos reais. Sua quinta temporada, na qual um novo elenco irá retratar a família real na década de 1990, estreia em 9 de novembro, dois meses depois que o rei Charles ascendeu ao trono.

"Ninguém acredita mais na liberdade artística do que eu, mas isso não pode ser ignorado", afirmou Dench. "Os criadores do programa resistiram a todos os pedidos para que eles carregassem um aviso no início de cada episódio."

"Chegou a hora de a Netflix reconsiderar, pelo bem de uma família e de uma nação tão recentemente enlutada, como uma marca de respeito a uma soberana que serviu seu povo com tanta responsabilidade por 70 anos e para preservar sua reputação aos olhos de seus assinantes britânicos."