Laverne Cox se reinventa como entrevistadora: 'Gostando mais do que imaginei'
Amiga de famosos, ela conta como se prepara para mandar bem no tapete vermelho
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A atriz Laverne Cox, conhecida por seus papéis em "Orange Is the New Black" e "Inventando Anna", se tornou uma figura conhecida nos tapetes vermelhos de Hollywood. Mas nesta temporada, ela se apanhou do outro lado do microfone e se tornou a guia das audiências televisivas em especiais do Oscar e Grammy exibidos pelo canal E!.
A presença dela no tapete vermelho e suas interações com os convidados, nas quais mistura seu carisma natural ao calor humano, fizeram com que se destacasse, a despeito de sua experiência limitada como entrevistadora (ela estava acostumada a ser a entrevistada).
Cox, 49, começou a apresentar programas do E! durante o especial do Emmy em 2020, e no segundo trimestre do ano seguinte a rede a apontou como apresentadora para sua cobertura das premiações do cinema, TV e música em 2022.
A fim de se preparar para o trabalho, Cox, com a ajuda de seus produtores, faz uma pesquisa profunda para conhecer mais sobre as celebridades antes das grandes noites de suas carreiras.
"Tento assistir a outras entrevistas que elas tenham feito, se possível, para encontrar um jeito de lhes fazer perguntas que ainda não tenham sido feitas", disse Cox. "E você precisa estar sintonizado com o momento, porque há muita coisa acontecendo ao mesmo tempo".
Cox, que também é uma das produtoras do especial do Emmy, disse que um de seus momentos favoritos foi sua entrevista com a rapper Saweetie no Grammy. A cantora ficou comovida depois que Cox resumiu em detalhes as suas realizações.
"Ela percebeu que não estava no Grammy pela primeira vez, mas pela primeira vez como indicada, e o quanto isso era importante para ela", disse Cox.
"Momentos como esses são especiais para mim, porque eu mesma fui indicada", disse Cox. "Lembro-me de minha primeira vez em uma cerimônia de premiação, como indicada, e de como aquilo foi bonito e especial; seria agradável poder desacelerar um pouco para curtir o momento. É o que eu gostaria de oferecer a eles como colega".
De fato, as estrelas que se aproximavam dela no tapete vermelho muitas vezes pareciam tão empolgadas por encontrá-la quanto ela por entrevistá-las, e muitas se declararam seus fãs antes de ela ter a oportunidade de perguntar sobre que grife estavam vestindo.
Em entrevista por telefone, Cox falou sobre a imprevisibilidade da televisão ao vivo, sobre as entrevistas que se destacam em sua carreira e sobre seus planos para o futuro. Abaixo, trechos editados de nossa conversa.
Como foi a experiência de fazer programas de tapete vermelho dois domingos em seguida?
Exaustiva. (Risos.) É muita preparação.
O que a levou a querer ser entrevistadora no tapete vermelho? E o que nessa atividade a agrada mais?
Tenho de dizer que não é algo que eu tivesse vontade de fazer. Acho que para mim a primeira coisa é ser atriz e, embora eu sempre tenha feito muita coisa, sempre priorizei a atuação. Por isso, queríamos garantir que eu continuasse a ser vista como atriz e não como uma pessoa de tapete vermelho, certo? Mas estou gostando muito mais do que imaginei que gostaria.
Quais foram algumas de suas interações favoritas no tapete vermelho?
Denzel Washington foi um ponto alto, e Andrew Garfield é simplesmente incrível. Nós já tínhamos convivido socialmente e isso ajudou. Há momentos de que gostei com Lady Gaga, de quem sou muito fã. E um momento com Jared Leto, em que ele mandou um oi para o meu irmão, no tapete vermelho do Grammy, e depois pude conversar com ele sobre seu método de trabalho e o que ele aprendeu.
Amo essas coisas. Eu não conhecia o trabalho de Jon Batiste, nada do que ele fez. Foi na preparação para o programa que vi que ele era a pessoa que mais recebeu indicações ao Grammy (este ano). E por isso comecei a ouvir sua música e pensei, meu Deus, esse cara é um gênio. Isso também é uma emoção para mim, descobrir artistas novos e aprender sobre novos estilos musicais ou filmes.
Você já esteve do outro lado das entrevistas de tapete vermelho muitas vezes. Como isso influencia a maneira pela qual você aborda essas entrevistas?
Tento criar uma conexão significativa e deixar que as pessoas digam o que querem dizer sobre seu trabalho ou sobre o mundo da maneira mais autêntica possível. Quando estive do outro lado e sentia conexão e química com o entrevistador, eu sabia que a entrevista seria muito melhor.
Algum momento complicado no tapete vermelho que você possa revelar ou coisas inesperadas que você aprendeu?
Houve um momento em que achei que o ‘prompter’ [ponto eletrônico] estava errado e não estava. E isso aconteceu ao vivo, literalmente, quando eu estava entrevistando Finneas no Grammy, e o ‘prompter’ me tirou do rumo.
Eu posso não acertar todos os fatos, e isso é desconfortável e incômodo. É por isso que tento me preparar ao máximo para que não aconteça. Mas também há muito amor. As coisas não serão perfeitas, e minha oração, especialmente nesses eventos, é ‘que Deus me dê permissão de ser imperfeita e ainda assim servi-lo’. Ainda tenho dificuldades por causa do meu perfeccionismo, mas é realmente impossível: não há como ser perfeito na TV ao vivo. É preciso rolar com o que está acontecendo e ter a capacidade de rir de si mesmo.
Você se imagina fazendo esse trabalho de novo na próxima temporada de prêmios?
Acho que tenho mais um ou dois tapetes vermelhos no meu contrato. Acredito que o E! vá avaliar no final do ano, e eu vou avaliar e estudar minha agenda para o ano que vem. Boa parte disso vai depender do que eu tiver pendente. A maior dificuldade da minha vida é a agenda. Mas estou me divertindo muito mais do que imaginei que me divertiria.
Traduzido originalmente do inglês por Paulo Migliacci