Solange Almeida e Xand Avião fazem as pazes e cantam após batalha judicial
Ambos os lados entraram com processos por conta do grupo Aviões do Forró
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Parece que a amizade entre os cantores Xand Avião e Solange Almeida foi reatada. Em vídeos que circulam pela internet, ambos se abraçam e fazem as pazes no evento Farofa da Gkay. Eles também cantaram juntos novamente.
O abraço levou o público local ao delírio e na internet também houve muita gente que apoiou o momento.
Isso ocorre após anos de batalha judicial entre ambos os lados. Em 2019, a cantora processava a sua antiga banda, a Aviões do Forró. Solange deixou de ser uma das sócias e vocalista em fevereiro de 2017 e buscava na Justiça os seus direitos num valor estimado de R$ 5 milhões.
"Queria dizer que essa ação é verdadeira. Por respeito com a história que eu tinha vivido com a banda eu não quis ser a vítima da situação e não quis de certo modo criar um mal-estar, então aceitei tudo o que foi proposto", começou ela, à época, em vídeo.
"Na minha saída do Aviões, chamei os sócios e disse que não ficaria mais na banda e que eu os daria dois anos para isso [se programarem]. Aí eles me disseram em 2016 que iriam acabar com o Aviões no dia 1º de setembro de 2017", disse.
Porém, segundo Solange, as coisas começaram a mudar com o anúncio da saída, em 2017. "Simplesmente fiquei na minha. Logo em seguida fui convidada pelo Fantástico para dar uma nota e eles [sócios da banda] simplesmente não deixaram. Me colocaram dentro do quarto no Piauí e pediram que eu fizesse um vídeo junto com Xand [atual vocalista] e eu fiz. E aí eu levei a culpa inteira que eu era a ingrata, a escrota, que eu queria mais dinheiro", revelou.
Em contrapartida, meses depois do relato, um músico do grupo decidiu pedir um valor bem mais alto em troca. Isaías CD, como é conhecido no meio musical, entrou na Justiça dizendo que a cantora ficou com uma dívida de mais de R$ 17 milhões com os Aviões.
Os dois processos correram na 3ª Vara Cível de Fortaleza. A dívida, de acordo com os argumentos de Isaías, seria resultado de uma cadeia de prejuízos que se avolumaram com a saída repentina da cantora da banda.
A cantora teria deixado a banda ao perceber que o mercado sertanejo teria espaço para mais uma cantora, visto o sucesso de Marília Mendonça, Maiara e Maraisa e outros nomes. Segundo Isaías, a banda chegou a aumentar as cotas de Solange para mantê-la mais tempo no grupo.
Com a saída da cantora, o músico afirmava no processo que a agenda de shows havia sido reduzida de 26 para 16 apresentações por mês, o que causaria tal prejuízo.
Em meio a processos entre Solange e seus antigos colegas, a banda Aviões do Forró foi investigada pelo Ministério Público Federal do Ceará pelos supostos crimes de lavagem de dinheiro —em razão de ocultação de patrimônio— e sonegação fiscal.
O inquérito, em 2019, estava sob sigilo e contava com o procurador da República Rômulo Moreira Conrado à frente do caso. O MPF do Ceará confirmou as informações à Folha, mas não revelou detalhes da investigação. O caso tramita desde 2013, quando surgiu uma denúncia anônima relatando os crimes que teriam sido praticados pela banda no Ministério Público.
De acordo com o Código Penal, crime contra a ordem tributária prevê reclusão de dois a cinco anos e multa.