Uma Thurman diz que realizou aborto quando adolescente: 'Segredo obscuro'
Atriz escreveu um artigo em jornal criticando mudança de lei no Texas
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Uma Thurman, 51, contou ter feito um aborto quando era adolescente. A revelação foi feita em um artigo publicado na terça-feira (21) no jornal The Washington Post em que ela critica uma mudança na lei do estado americano do Texas, que proíbe a prática em praticamente todas as circunstâncias.
Sobre o próprio aborto, que ela classificou como seu "segredo mais obscuro", ela disse estar compartilhando a experiência pessoal "na esperança de afastar as chamas da controvérsia de mulheres vulneráveis sobre as quais esta lei terá um efeito imediato".
Thurman, que é mãe da também atriz Maya Hawke, 23, de um rapaz de 19 anos (Levon) e de uma menina de 9 anos (Luna), disse que o fato ocorreu no final da adolescência. Ela disse "engravidou acidentalmente de um homem muito mais velho" e decidiu interromper a gestação.
Na época, ela estava começando a carreira de atriz e estava na Europa, sem a presença da família, quando descobriu a gravidez. Ela considerou manter a gestação, mas optou pelo aborto pela impossibilidade de dar um lar estável para o bebê naquele momento, entre outros motivos.
A atriz disse que internalizou um sentimento de "vergonha" ao realizar o procedimento. "Há tanta dor nesta história", relatou.
"O aborto que fiz na adolescência foi a decisão mais difícil da minha vida, ainda me causa angústia e ainda hoje me entristece, mas foi o caminho para uma vida cheia de alegria e de amor que experimentei", comentou. "Optar por não manter aquela gravidez precoce me permitiu crescer e me tornar a mãe que eu queria e precisava ser."
A nova lei do Texas, que está sendo contestada inclusive pelo presidente Joe Biden, foi aprovada em maio e entrou em vigor neste mês. Ela é considerada uma das mais restritivas entre as que estão em vigor nos diversos estados americanos, já que inibe quase todas as possibilidades de uma mulher poder realizar um aborto no território.
Pelo texto, a partir do momento em que os médicos puderem detectar atividade cardíaca embrionária, o que geralmente ocorre a partir da sexta semana de gravidez —quando nem sempre a gravidez foi descoberta ainda pelas mulheres—, o aborto não poderá ser realizado. Não há exceções nem mesmo para vítimas de estupro ou outros crimes de natureza sexual.
Para Thurman, a proibição transforma o Texas num "palco para uma crise de direitos humanos para as mulheres americanas". "Esta lei é mais uma ferramenta discriminatória contra aqueles que são economicamente desfavorecidos e, muitas vezes, de fato, contra seus parceiros", avaliou. "Mulheres e crianças de famílias ricas mantêm todas as opções do mundo e correm poucos riscos."
Com o texto, a atriz diz esperar que "alguma luz brilhe, alcançando mulheres e meninas que podem sentir vergonha por não poderem se proteger e não ter nenhum arbítrio".