Celso Zucatelli diz que a fé o ajudou contra Covid: 'Tive medo de morrer'
Apresentador faz fisioterapia para recuperar fôlego após 10 dias internado
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Um dia antes de receber o diagnóstico positivo para o novo coronavírus, o apresentador Celso Zucatelli, 48, pedalou 40 km na ciclovia da marginal Pinheiros, em São Paulo. Agora, após ficar dez dias internado para tratar a doença, e com certa dificuldade para subir a escada de casa, ele se dedica diariamente a três horas de fisioterapia (divididas entre manhã e noite) para recuperar o fôlego e a capacidade pulmonar.
A prática constante de exercícios físicos e a alimentação saudável, afirma ele, não lhe pouparam de apresentar complicações da Covid-19. "É importante que as pessoas entendam que essa doença mata. E ela mata não apenas quem tem comorbidade, quem tem outras doenças, ela pode matar quem está saudável, ela leva para o hospital quem está saudável", diz Zucatelli em entrevista ao F5.
"Eu sou um cara que faço esporte todos os dias, que sou super cuidadoso com a alimentação. Tenho uma horta em casa para as minhas coisinhas. E eu peguei e fui parar no hospital", acrescenta. Ele foi o terceiro apresentador da Record, em São Paulo, a contrair Covid. Geraldo Luís e César Filho tiveram quadros graves da doença, mas se recuperaram.
Foi na madrugada de 22 de março, após descobrir estar infectado, que Zucatelli piorou. Ele diz que acordou com um gosto "muito ruim na boca". Se levantou para escovar os dentes e sentiu um cansaço extremo. De modo a evitar um desmaio, deitou no chão e pediu ajuda para a mulher, Ana Claudia Duarte.
Com um oxímetro em casa, o apresentador verificou que a oxigenação estava abaixo dos 90. Decidiu, então, seguir para o hospital. Os médicos recomendaram a internação. Inicialmente, Zucatelli conta que não queria, porque já se sentia melhor.
"Mas foi a decisão mais acertada, porque depois do sétimo dia, eu piorei. A oxigenação caiu muito e a falta de ar aumentou. Não foi uma falta de ar que chegou a me desesperar, mas eu tinha dificuldade de respirar, tanto que eu tive que usar o oxigênio", afirma.
O jornalista da Record diz que seus principais sintomas foram febre constante e muita tosse. O gosto ruim na boca, ele conta ter descoberto depois, era resultado de uma inflamação no fígado. Algo que o preocupou.
Zucatelli não teve perda de consciência em nenhum momento nem precisou ser levado para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva). "Quando os exames pioraram, eu senti muito medo. A gente tem medo de morrer sim, eu perdi amigos para a Covid, da minha idade. É uma doença terrível. Uma montanha-russa, num dia você está bem, no outro, está muito mal."
O apresentador diz que ter fé o ajudou muito. "Nessas horas, temos a certeza de uma força maior, a gente tem certeza que Deus existe. Eu sempre tive, mas nesses momentos, temos ainda mais certeza e nos apegamos ainda mais. É um combustível fundamental."
Zucatelli destaca que as orações e mensagens carinhosas dos amigos, parentes e fãs foram fundamentais para sua recuperação, assim como o apoio da mulher, também diagnosticada com a doença, mas que teve um quadro mais leve, e o acompanhou durante todo o período da internação. "Foi muito importante receber esse apoio, essa corrente de oração me fez muito bem."
O apresentador diz não saber onde foi infectado. Ele relata que era muito cuidadoso, só saia para trabalhar na Record, e usava máscara o tempo inteiro. Trocou a academia e a natação pela bicicleta, prática que poderia fazer sozinho.
"Sou o louco do álcool em gel, e não tiro a máscara por nada. Não sei te falar de onde peguei", diz. Durante o tratamento e até hoje, Zucatelli complementa que escolheu se desconectar das notícias sobre a pandemia no Brasil para não ficar ainda mais aflito –o Brasil está em um momento crítico com números altíssimos de mortes e novos casos da doença.
Mesmo recuperado, ele afirma ainda ter dificuldades para subir a escada de casa por causa da fraqueza. "O cansaço está diminuindo, agora, eu vejo uma evolução real." Planeja voltar ao trabalho na emissora na próxima semana, assim que o médico liberar.
No início deste ano, Zucatelli foi deslocado do jornalismo da Record para a área de entretenimento. Ele vai ganhar um programa, mas ainda não pode dar detalhes sobre o assunto. Enquanto isso, virou uma espécie de curinga na casa, cobrindo as ausências de outros profissionais. Substituiu César Filho no matutino Hoje em Dia, quando o apresentador teve Covid, por exemplo.
"Eu cobri essa pandemia desde o primeiro dia, eu considero uma missão trabalhar numa situação como essa. Se a gente não levar informação para as pessoas, esses números vão ser ainda maiores. Se não fizéssemos isso, estaria ainda pior. Com toda essa situação, tem gente que ainda desrespeita, que vai para a balada, que vai em festa clandestina e que não respeita o próximo", desabafa.
"Até tomarmos a vacina, aumente os seus cuidados, reforce os seus cuidados, porque essa é uma doença muito perigosa", acrescenta.