Casagrande chora ao falar de Maradona: 'Sofro muito quando morre um dependente químico'
Comentarista lamenta morte do argentino no Jornal Hoje
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O ex-jogador e comentarista Walter Casagrande Júnior, 57, chorou ao falar da morte de Diego Armando Maradona, no Jornal Hoje (Globo), na tarde desta quarta (25). Ele disse que sempre ficou muito revoltado com quem estava ao redor do argentino, vendo que ele estava indo para o "fundo do poço", e não fazendo nada para ajudá-lo a tratar seu problema com a dependência química.
"Sempre fiquei revoltado com quem estava ao redor dele. Quem está ao redor está vendo que ele está indo para o fundo do poço, destruindo a vida dele. E ninguém faz alguma coisa para evitar isso? Eu fico chocado pela perda de um grande jogador, um cara que eu conheci, que eu gostava muito e um dependente químico. Eu sofro muito quando morre um dependente químico. Para mim, é muito duro", afirmou
No programa Estúdio i, no GloboNews, Casagrande, que também é dependente químico, disse que só conseguiu escapar do mesmo destino trágico de Maradona pelo apoio de sua família. "A morte de um dependente químico, como foi a de hoje do Maradona, é a morte de um pedaço de todo dependente químico. Hoje eu perdi também um pedaço, porque é muito difícil você morrer dessa maneira."
Campeão da Copa do Mundo de 1986 com a seleção da Argentina, Maradona foi um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos. Segundo o jornal Clarín, ele teve uma parada cardiorrespiratória em casa, em Tigre, na região de Buenos Aires, onde estava desde que passou por um procedimento cirúrgico na cabeça mais cedo neste mesmo mês de novembro.
Casagrande contou que jogou na mesma época que Maradona na Itália, em times diferentes, e que eles se enfrentaram várias vezes em campo. "Um talento enorme, um dos maiores jogadores da história, e, de repente, você vê a pessoa se destruindo há vários anos.Isso foi um processo, a morte do Maradona não aconteceu hoje, ela começou a acontecer já há uns 10 anos, quando explodiu esse problema de dependência química, ele teve duas overdoses, fez cirurgia no coração, engordou muito, e todo o mundo percebendo [...]", afirmou.
"Eu me dedico muito hoje a tentar ajudar dependentes químicos [...] Você assistindo de camarote uma pessoa fabulosa, um jogador espetacular morrendo aos poucos, e não poder fazer nada", lamentou. Casagrande também cobrou atitudes do poder público para o tratamento de dependentes químicos no Brasil.