Deborah Secco diz que vida de empresária a fez 'pensar fora da caixa'
Atriz diversifica fontes de renda ao comprar parte de startup
Deborah Secco, 39, entrou de vez no mundo empresarial. Em julho passado, ela anunciou sua primeira parceria com uma startup ao se tornar sócia estratégica da Singu, aplicativo de "beleza sob demanda". Com algumas semanas de experiência, a atriz diz que fez a escolha certa ao redirecionar a sua carreira.
"Fico constantemente buscando coisas que me motivam. Não deixo de investir na minha área –ainda adoro produzir filmes e peças. Mas queria diversificar e pensar fora da minha caixa, me obrigar a estudar coisas novas", diz Secco em entrevista ao F5. "Sair da minha zona de conforto é uma das coisas que mais me motiva."
A ideia de se tornar sócia, segundo ela, não foi repentina. Há algum tempo ela cultiva um fascínio por startups, e vinha buscando alguma para investir. Ela afirma que a intenção desde o início era achar uma ferramenta que tivesse para as mulheres a mesma força que o aplicativo Uber tem para os homens.
E, de fato, a Singu diz ser responsável por triplicar a renda média das mais de 2.000 profissionais que tem, ao recolher 35% do valor do serviço prestado, em vez dos 70% normalmente cobrados pelo mercado.
"Singu é uma nova porta de emprego, uma revolução de vida, por você conseguir fazer o seu horário, fugir de patrão e não ficar desempregada. Como feminista assumida, eu ficava procurando uma startup que fizesse isso pelas mulheres", explica a atriz.
Na empresa, Secco faz parte do time estratégico de comunicação, participa de tomadas de decisões, convenções internas, mapeamento do público e pontos cruciais da parte criativa. Desde julho, ela detém 5% da empresa, mas não revela dados de lucros e investimentos em reais, embora confirme que esta é uma das frentes de suas fontes de renda atuais.
A atriz ressalta que a ferramenta é relevante porque “todo mundo usa serviços de beleza” –desde pintar as unhas e se depilar, até fazer uma escova nos cabelos de última hora, serviços prestados pela Singu. Pela imprensa americana, o app criado pelo fundador da Easy Taxi, Tallis Gomes, é tratado como o "Uber for Beauty" ("Uber de Beleza").
“É um aplicativo que tem muita chance de crescer, por ter um mercado muito fiel: se não todas, 80% das mulheres usam serviços de beleza semanalmente ou quinzenalmente”, diz a atriz. Ela mesma está sempre usando o aplicativo: semanalmente para fazer as unhas e duas vezes por semana para fazer massagens. “Só não tenho feito escova por falta de cabelo”, brinca.
“Se tem alguma coisa com que eu gasto o meu tempo religiosamente, mesmo tendo que dividi-lo com a família e o trabalho, essa coisa sou eu mesma. Não estamos falando apenas de beleza, mas também de autoestima. É muito importante poder gastar um tempinho e dinheiro consigo mesma."
O aplicativo Singu, segundo ela, é um facilitador para isso, especialmente para as mulheres que têm muitos filhos e podem receber os serviços de beleza em casa. No mercado desde 2015, o app funciona diariamente das 7h às 22h nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.
Apesar de ansiosa com o novo ramo de sua carreira, Secco garante que não pretende largar o showbiz tão cedo, e que lidar com o tempo extra de trabalho é uma simples questão de reequilibrar a rotina. “Não vou deixar de ser atriz ou produtora. Gosto muito do meio artístico, mas se alguma empresa me tocar como a Singu me tocou, eu com certeza vou ao encontro dela”, diz.
“Muito mais do que ganhar dinheiro e diversificar a sua carteira, os artistas que se tornam empreendedores pretendem sair de sua zona de conforto. Não fico achando que todo mundo é igual; todo mundo quer se desfiar, estudar e recomeçar", conclui.