Ator Caio Junqueira morre aos 42 anos após grave acidente de carro
Há uma semana no hospital, ator não resistiu aos ferimentos
Caio Junqueira, 42, morreu na madrugada desta quarta-feira (23) depois de ficar uma semana internado no Hospital Miguel Couto, na Gávea, zona sul do Rio. O ator sofreu um grave acidente de carro no dia 16 de janeiro no Aterro do Flamengo. A causa da morte ainda não foi divulgada.
A Secretaria Municipal de Saúde afirmou que o ator morreu às 5h15. Nos últimos dias, Caio Junqueira foi submetido ao menos a duas cirurgias. Na última segunda (21), a mãe do ator, Maria Inês Torres, afirmou que ele havia passado por uma cirurgia para limpar ferimentos pelo corpo e outra na mão direita.
No dia do acidente, Caio Junqueira perdeu o controle do carro e acabou capotando o veículo. Ele estava sozinho e teve duas fraturas expostas.
Segundo familiares e amigos de Caio Junqueira, que falaram com a imprensa na entrada do hospital após a divulgação da morte do ator, o corpo será velado no cemitério São João Batista, nesta quinta-feira (24).
"Está todo mundo chocado. Só tinha 42 anos. Ele tinha um coração maior que o mundo. Acho que é por isso que não cabia mais aqui. Era um ser humano e um artista extraordinário. É só isso o que sei dizer", disse o ator Flávio Rocha, amigo de Caio Junqueira.
"Ele era super alegre e divertido. Vivia fazendo piadas e era para cima. Tinha muita vida, era forte, bonito, saudável e vivia intensamente a vida. Eu estava fazendo um trabalho na Europa e acabei de chegar. Não sei se ele tinha algum outro trabalho em mente, mas ele estava sempre trabalhando né? Provavelmente tinha algumas coisas engatilhados", afirmou o ator Freddy Ribeiro.
CARREIRA
Caio de Lima Torres Junqueira nasceu no dia 20 de novembro de 1976 no Rio de Janeiro. Ele era filho do ator e diretor Fábio Junqueira (1956-2008) e irmão de Jonas Torres, conhecido por interpretar o personagem Bacana, na série "Armação Ilimitada" (Globo, 1985-1988). Caio e Jonas são irmãos por parte de mãe, Maria Inês Torres.
Sua carreira começou em 1985, quando tinha nove anos, na extinta TV Manchete. Ele participava com o personagem Apinajé do programa de humor “Tamanho Família” (1985-1986), junto de grandes nomes como Diogo Vilela e Zezé Polessa.
Na década de 1990, Caio Junqueira estreou na Globo e fez parte do elenco de muitas novelas, dentre elas “Desejo” e “Barriga de Aluguel”, ambas em 1990, “A Viagem” (1994), “Engraçadinha” (1995), “Hilda Furacão” e “Malhação”, as duas em 1998. Seriados também estão no currículo de Junqueira, como “A Vida Como Ela É” (1996), “Brava Gente” (2000) e “Sexo Frágil” (2003).
Seus últimos trabalhos foram na Record, para onde migrou definitivamente em 2009. Por lá, participou de projetos como as séries “A Lei e o Crime” (2009) e “Conselho Tutelar” (2015) e as novelas bíblicas “José do Egito” (2013) e “Milagres de Jesus” (2014). O primeiro protagonista, porém, veio em 2010, quando interpretou Joca, em "Ribeirão do Tempo".
Mas o trabalho de maior projeção de Caio Junqueira foi no cinema, quando interpretou o aspirante a policial Neto, em “Tropa de Elite” (2007). Foi no filme de José Padilha que projetou a carreira do ator novamente, sendo chamado para novos personagens na televisão.
Além do sucesso de "Tropa de Elite", o ator também participou de longas que tiveram grande repercussão, como "O Que é Isso Companheiro" (1997), "Central do Brasil" (1998), "Abril Despedaçado" (2001) e "Zuzu Angel" (2006). No teatro, o ator participou de duas peças: "Os Justos" (2005), de Albert Camus, e "Hamlet" (2008), de Shakespeare.