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Galápagos registra recorde no número de pinguins e cormorões endêmicos durante censo

Aumento pode ter sido provocado pelo fenômeno La Niña e pela pandemia

Pinguim fotografado no Parque Nacional de Galápagos, no Equador - Charles Darwin Foundation/ AFP

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Quito

AFP

O Parque Nacional de Galápagos, no Equador, registrou um aumento recorde na população de pinguins e cormorões não voadores, espécies endêmicas do arquipélago, segundo resultados de um censo divulgado nesta sexta-feira (23) pela administração do local.

"Os cormorões apresentaram cifra recorde, de acordo com os dados históricos que datam de 1977, enquanto os pinguins mostraram seu maior número desde 2006", destacou o PNG.

A população de pinguins-de-galápagos, os únicos que habitam a linha do Equador, passou de 1.451, em 2019, a 1.940, em 2020. No caso dos cormorões não voadores, a cifra subiu de 1.914 a 2.220 no mesmo período.

O pinguim-das-galápagos (Spheniscus mendiculus) é uma das menores espécies de pinguim-de-adelia no mundo. Esta ave chega a medir até 35 centímetros de altura. O cormorão (Phalacrocorax harrisi) do arquipélago é o único do tipo que perdeu a capacidade de voar, mas desenvolveu dotes de mergulho.

O estudo, feito pelo PNG e a Fundação Charles Darwin, foi feito em setembro passado nas principais colônias, situadas nas ilhas Isabela e Fernandina e ilhotas Marielas, no oeste do arquipélago das Galápagos, Patrimônio Natural da Humanidade.

Para Paulo Proaño, ministro do Ambiente e da Água, os resultados do censo dão conta do "bom estado de saúde da população" de aves do arquipélago, situado 1.000 km em frente à costa do Equador, segundo declarações divulgadas pelo PNG.

Gustavo Jiménez, pesquisador de aves marinhas da Fundação Charles Darwin, destacou que 86% de aves recenseadas eram exemplares adultos, o que significa que há uma população com capacidade reprodutiva.

O Parque Nacional Galápagos considerou que a presença do fenômeno La Niña, que ajuda que tenha mais alimento para estas aves, incidiu no aumento das populações. Outro fator foi "a ausência de perturbações nas zonas de nidificação destas espécies pela paralisação das atividades turísticas durante a emergência sanitária" pela pandemia do novo coronavírus, acrescentou o parque.

O arquipélago, que serviu de laboratório natural para o cientista inglês Charles Darwin para sua teoria sobre a evolução das espécies, recebeu este nome pelas tartarugas gigantescas que vivem ali.