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Especialistas revelam como se livrar de 'música-chiclete' que não sai da cabeça

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Selo BBC Brasil

Você acorda em um dia qualquer, esperando sua rotina de sempre. No final do dia, está exausto de tanto ouvir uma música que nem gosta e que talvez nem tenha tocado em todos os lugares que você frequenta.

Esse fenômeno já ocorreu com a maioria das pessoas e é conhecido como a "música-chiclete".

Quem nunca ficou com o funk "Malandramente" grudado na cabeça nos últimos meses? Ou então "Ai Se eu Te Pego", de Michel Teló, há alguns anos?

Difícil voltar de alguma academia e não ficar com "Sorry", de Justin Bieber, "martelando" em seus ouvidos horas depois da sessão de exercícios. Outros, mais saudosistas, podem até se lembrar da época de ouro de "Tieta", de Luis Caldas.

Mas, para acabar com o que pode levar alguns ao desespero, pesquisadores da Universidade de Durham, no norte da Inglaterra, desenvolveram um método para livrar a mente cansada da "maldição" das "músicas-chiclete".

O estudo foi conduzido por Kelly Jakubowski, que pesquisou os elementos fundamentais deste tipo de música.

E, depois de ouvir 3.000 pessoas em sua pesquisa, Jakubowski conseguiu elaborar algumas sugestões para tentar exterminar a canção "grudenta" de sua cabeça.

Uma das sugestões mais populares dos voluntários que participaram do estudo foi ouvir a música que está incomodando. A música inteira.

Isso porque são apenas certos trechos ou o refrão que ficam na memória.

Piora da 'infecção'

Mas a sugestão pode acabar agravando ainda mais a situação.

Se for o caso, os pesquisadores apontam outra técnica: ouvir algo totalmente diferente da música que grudou no cérebro —novamente, é preciso que seja uma canção na íntegra.

Entre os voluntários pesquisados na Universidade de Durham, a sugestão mais popular para exorcizar a música-chiclete foi o hino britânico, "God Save the Queen".

Entre as sugestões da BBC Brasil para "limpar sua cabeça" estão o hino nacional brasileiro ou o "Cisne Branco" (Hino da Marinha).

Um trecho de ópera também pode ajudar, como por exemplo a "Rainha da Noite", trecho de "A Flauta Mágica", de Mozart. Os mais aventureiros podem até tentar ouvir a versão cantada por Florence Foster Jenkins, americana que, na década de 1940, foi considerada a "pior cantora de ópera do mundo" e cuja cinebiografia recente foi estrelada por Meryl Streep.


Existe também um site, o Desescute, cuja proposta é, de forma bem-humorada, desalojar a "música que ficou cravada na cabeça". Mas existe um problema: o site reconhece que substitui uma "música-chiclete em seu cérebro por outra ainda pior".

O estudo de Kelly Jakubowski também mostrou que o problema da música-chiclete é mais grave quando a pessoa está entediada e inativa.

Então, outra sugestão é se ocupar, fazer qualquer coisa.

A pessoa precisa encontrar algo que mantenha o cérebro ocupado até que consiga escapar do cerco da canção-grude.

Casos extremos

A pesquisa da Universidade de Durham também tentou detectar as piores músicas-chiclete citadas pelos voluntários.

"Bad Romance", de Lady Gaga, foi apontada como a pior delas, a canção com mais alto nível de "infecção".

Para Jakubowski, é simples entender porque a música é citada como a mais "grudenta".

"Existem certas características da melodia que fazem com que ela tenha uma tendência mais forte de grudar na cabeça das pessoas", explicou.

"Estas músicas grudentas parece ter um compasso bem rápido junto com uma forma melódica comum e intervalos ou repetições diferentes, como o que podemos ouvir no riff de abertura de 'Smoke on the The Water', do Deep Purple, ou no refrão de 'Bad Romance', da Lady Gaga."

E, quanto mais você ouve a música, maior a probabilidade de ser afetado.

"Já sabemos que a exposição recente e frequente a uma música aumenta a probabilidade de ela ficar grudada em sua cabeça. E as pessoas que cantam e ouvem muito uma música tendem a sofrer com a música-chiclete mais frequentemente que outras", alertou a pesquisadora.

Então a recomendação para aqueles que têm problemas frequentes com a música-chiclete seria evitar totalmente alguns tipos de música.

Além do hit de Lady Gaga, os voluntários da pesquisa britânica também apontaram outras canções grudentas que podem ser tão perigosas como "Bad Romance". Entre elas estão "Don't Stop Believing", do Journey, "Somebody that I Used to Know", de Gotye e até "Bohemian Rhapsody", do Queen.

Curiosamente, Gaga aparece como reincidente na lista das canções que podem se instalar e contaminar o cérebro, com "Alejandro" e "Poker Face".

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