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Falta de etiqueta do torcedor brasileiro nos jogos é criticada por imprensa estrangeira

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Enquanto o espectador brasileiro está mais interessado em lotar as arquibancadas, torcer, gritar e mostrar cartazes, o torcedor estrangeiro tem outra preocupação: a falta de etiqueta da torcida anfitriã nos jogos.

Uma reportagem do "New York Times" publicada nesta segunda (8) diz que "embora cada esporte tenha sua própria regra sobre quando é apropriado torcer e quando é necessário fazer silêncio, nada disso se aplica no Brasil".

Esse outro costume brasileiro também está chocando os gringos: a sunga!

Brasileiros irritam estrangeiros ao vibrar nos Jogos como em estádio de futebol​

"Não estamos acostumados a isso no tênis de mesa", reclamou a atleta espanhola Galia Dvorak, dizendo que ficou assustada e nervosa com os gritos da torcida brasileira em seu jogo. "Foi muito esquisito".

Na natação, um organizador teve que pedir duas vezes para que o público fizesse silêncio antes de uma prova que contava com as brasileiras Daiene Dias e Daynara de Paula. Os fãs conseguiram se conter pelo menos até a prova começar, mas depois soltaram o gogó.

Brasileiros seguiram ignorando os "shhh" durante o tênis de mesa, o vôlei de praia e até na esgrima, que tem por tradição uma etiqueta rígida de silêncio durante a prova. Mas o esgrimista cearense Ghislain Perrier nem ligou —pelo contrário: "É uma sensação incrível quando você entra nessa arena e ouve o povo gritando. A gente sente o poder do povo brasileiro", disse.

O jornal, que chamou o tênis de mesa de "um esporte sutil, como o xadrez", descreve de forma horrorizada como a torcida gritava em uníssono o nome do mesatenista brasileiro Hugo Calderano, comemorando cada um de seus pontos e também cada erro do rival Tang Peng, de Hong Kong.

As "ôlas", palmas, pulos e cantorias de "eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor" também deixaram os americanos estarrecidos.

O assessor de imprensa Alexandre Araújo, da delegação brasileira de tênis de mesa, explicou ao jornal americano que os fãs vão aos jogos com "coração de torcida de futebol".

"Brasileiros são assim. Estamos sempre felizes, nos divertimos com qualquer coisa. Esse é o nosso normal", explicou a mesatenista Caroline Kumahara. Atleta do mesmo esporte, Gustavo Tsuboi lembra que o público brasileiro não está familiarizado com as regras da modalidade.

Nem todos os estrangeiros se incomodaram com o barulho. O técnico de Luxemburgo, Tommy Danielsson, agradece a comoção do brasileiro com o tênis de mesa, que segundo ele é pouco levado a sério. "Acho muito legal quando o público se envolve. Precisamos disso para que as pessoas vejam que não é só um hobby que se pratica na garagem de casa".

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