Indústria pornô faz lobby e impede a adoção obrigatória de camisinhas em filmes da Califórnia
Um após o outro, atores e atrizes da indústria pornográfica suplicaram às autoridades da Divisão de Saúde e Segurança no Trabalho (OSHA, na sigla em inglês) que não obrigue o uso da camisinha e outras medidas de segurança durante as gravações.
Nada de preferência pessoal: eles argumentam que essas exigências levariam as pessoas a pararem de assistir aos filmes, deixando-os desempregados.
"Todos nós estamos aqui pelo mesmo motivo: queremos manter os trabalhadores da Califórnia seguros", disse a atriz SiouxsieQ em audiência pública na quinta-feira (18), antes de pedir que não destruíssem a indústria multibilionária.
Durante cinco horas, foram ouvidos pedidos semelhantes de outros atores, roteiristas e diretores. Segundo eles, a exigência forçaria a marginalização de parte das produções como forma de burlá-la, o que eliminaria as poucas medidas já adotadas, como o teste obrigatório para doenças sexualmente transmissíveis a cada duas semanas.
Em 2012, o condado de Los Angeles aprovou uma medida que obrigava o uso da camisinha nas gravações de cenas pornô. Resultado: a produção caiu 90% no ano seguinte, e 50% em 2014, de acordo com o jornal "Los Angeles Times".
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A favor da adoção obrigatória de medidas de segurança (como óculos protetores, que "atrapalhariam as cenas explícitas de sexo oral", segundo profissionais da indústria) é defendida pela AIDS Healthcare Foundation, organização que combate a disseminação do vírus HIV.
O lobby pornô deu certo. Conseguindo somente três de quatro votos necessários para instituí-la, a lei não foi aprovada. No conselho de sete votantes, dois foram contra, um esteve ausente e a última vaga não foi preenchida.
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