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Para alívio do México, país não será vilão do novo '007'; e ainda ganhou uma 'bond girl'

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Com a imagem internacional abalada pelos cartéis de drogas, o governo do México estava preocupado com a possibilidade de haver um vilão mexicano no novo filme de James Bond, "Spectre", que será gravado em parte na capital do país, segundo informações do produtor do longa.

Em uma coletiva de imprensa na Cidade do México antes do início das filmagens, o produtor Michael G. Wilson garantiu que, ao contrário do que diziam rumores, essas preocupações não geraram modificações no roteiro do filme.

"Eu sei que (o governo) gostaria de ver o México sob uma luz favorável, e não estamos aqui para colocar o México sob um enfoque negativo", disse Wilson.

Os dias antes do início das filmagens na Cidade do México, cujo centro histórico já começou a ser preparado para gravar, foram dominados pela polêmica de que as autoridades mexicanas teriam manipulado a trama para que favorecesse a imagem do país.

Citando e-mails supostamente vazados da Sony Pictures, o portal "Taxanalysts.com" afirmou que a Sony e a MGM pediram que o roteiro fosse modificado para mostrar um perfil mais favorável do México, em troca de U$ 14 milhões (R$ 45 milhões) em incentivos fiscais por parte do governo latino.

Essas trocas também envolveriam, supostamente, as modificações de que um líder internacional seria assassinado na praia, ao invés do prefeito da Cidade do México. Além disso, o inimigo de Bond não seria mexicano.

"Nunca concebemos o vilão como um mexicano, então não foi algo que tivemos que mudar", afirmou Wilson, que admitiu que essa é uma das questões com as quais as autoridades mexicanas estavam de fato preocupadas. "O vilão sempre foi italiano", disse.


O produtor comentou também que "Spectre" recebeu apoio técnico por parte de autoridades mexicanas, como permissões para filmar e conselhos sobre segurança, mas se recusou a confirmar o montante dos incentivos fiscais oferecidos pelo governo.

"Ao contrário, nós é que discutimos essas questões com as autoridades. Não é que eles pediram coisas, como se fosse uma troca", frisou Wilson.

PRIMEIRA 'BOND GIRL' MEXICANA

O presidente Enrique Peña Nieto (2012-2018) tem tentado reverter a imagem internacional do México, abalada por mais de seis anos de uma batalha feroz contra o narcotráfico, fazendo propaganda das reformas estruturais com que ele planeja reformar economicamente o país.

No entanto, seu governo passa por uma situação complicada desde o desaparecimento, em setembro do ano passado, de 43 estudantes de Ayotzinapa nas mãos do tráfico com a conivência da polícia, um crime que escancarou a profundidade da corrupção no país.

Na conferência, a atriz Stephanie Sigman, que será a primeira "bond girl" mexicana da franquia, disse que não se preocupou com a representação de seu país no filme, que estreia dia 23 de outubro no Reino Unido.

"Já fiz filmes de todos os tipos, que mostram o lado bom e ruim, e acredito que os países têm muitas camadas e situações, assim como nós, seres humanos. Então não, não me preocupei com isso", disse a atriz de 27 anos.

Stephanie alcançou a fama no México estrelando "Senhorita Bala" (2011), no papel de uma rainha da beleza que se vê envolvida no mundo do tráfico de drogas.

Wilson ressaltou que os produtores sempre pensaram em uma "bond girl" mexicana para esse filme, negando relatos de que seria uma das exigências das autoridades locais. Antes da mexicana, a francesa Léa Seydoux ("Azul É a Cor Mais Quente") e a italiana Monica Bellucci ("A Paixão de Cristo") já haviam sido anunciadas no elenco de "Spectre".

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