Atriz diz que discussão sobre aborto foi cortada de 'Liberdade, Liberdade'
Mistura de curandeira e bruxa em “Liberdade, Liberdade” (Globo), Ascensão (Zezé Polessa) abordaria uma questão bastante contemporânea na trama das 23h.
A personagem, que faz as vezes de médica entre a população de Vila Rica, também realiza abortos nas mulheres da cidade, como aconteceu com a prostituta Mimi (Yanna Lavigne) logo após descobrir que esperava um filho.
Mas, segundo a atriz Zezé Polessa, a trama sobre aborto foi diminuída, e algumas falas de Ascensão sobre o assunto acabaram cortadas.
“Tinha uma história de ela fazer abortos e acabou que não se pode falar disso. Ficou no meio do caminho. É uma discussão atual. Ela tinha uma opinião formada", afirma a atriz em entrevista ao "F5".
"Em uma cena que cortaram, Mimi dizia que não queria matar o filho dela, e a Ascensão respondia que não se pode matar o que não nasceu. É uma opinião, você pode concordar ou não com isso. Teria sido melhor se a gente tivesse discutido esse assunto e decidido por levar adiante ou não”, acrescenta.
A atriz lamenta a oportunidade perdida de abrir uma discussão sobre o tema por meio da personagem e se diz a favor da descriminalização do aborto.
“É uma coisa muito importante na vida de um casal e de uma mulher, principalmente. Sou a favor de que vivam todas as crianças, que todos possam ter todos os seus filhos, mas entendo que, às vezes a pessoa acha que não pode e teria que ter esse direito", declara.
"Nos casos das doenças, então, fico até bastante mobilizada a interferir. Você ter uma gravidez onde pode ter um filho muito problemático, com muito sofrimento, e você não ter a opção (do aborto), não pode. Muitas mulheres morrem por isso e muitas crianças nascem para morrer, por que não teriam como sobreviver”, avalia.
De acordo com a assessoria de imprensa da Globo, a cena foi ao ar, sem cortes, no dia 16 de maio.
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