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'Não serei um senhor plastificado', diz ator de 'Além do Tempo' sobre a passagem dos anos

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De herdeiro desmemoriado no século XIX a escritor de memórias nos dias atuais, Bernardo (Felipe Camargo) vai enfim encontrar um ponto em comum com sua primeira encarnação em "Além do Tempo" (Globo): seu amor por Emília (Ana Beatriz Nougueira).

A história do casal, interrompida por anos no passado pelos planos da condessa Vitória (Irene Ravache), então mãe de Bernardo, vai se reescrever a partir de uma repulsa inicial que, aos poucos, vai se transformar em paixão.

"A gente se incomoda com o outro a partir do momento em que liga para o outro. Essa repulsa inicial é por que existe uma atração forte também. Não vejo esse amor como dívida, por que no século XIX foi um amor puro e, agora, eles vão ter muitas coisas para ajustar. O Bernardo agora é um escritor, tem um espírito livre, meio cigano, vem com essa liberdade que faltava no outro século, quando estava aprisionado na própria falta de memória dele", explicou o ator Felipe Camargo, em entrevista ao "F5".

Assim como acontece na novela, Camargo acredita que a vida continue além da morte, mas não sabe se seria como uma reencarnação. Se pudesse escolher uma nova vida a viver, ele optaria por voltar muito rico e saudável, mas não pensaria em revisar os erros e acertos da vida que levou.

Crédito: Divulgação Felipe Camargo 550
O ator Felipe Camargo

"Eu sou o que eu sou através do somatório das coisas que eu vivi, certas e erradas. Estou na minha busca por melhorar, amadurecer. É como se eu tivesse um castelo de cartas e, se eu tirar uma coisa, esse castelo cai. Eu sou esse castelo que tá lá se formando com as cartas com todo cuidado e com muito amor à vida. O que eu vivi tá vivido", disse Felipe Camargo.

Aos 55 anos, o ator acha que a passagem do tempo pode ser triste, e que, às vezes, nem se reconhece em trabalhos anteriores, como a minissérie "Anos Dourados", que completa 30 anos em 2016. Mas, por outro lado, a idade o ensinou a ser mais seletivo nas suas escolhas de vida e abriu novas possibilidades de papéis na televisão.

"Tem dois caminhos: ou você vai ou não vai e vai envelhecendo. O tempo é cruel, mas também é bonito. Você ganha e perde outras coisas. Claro que você olha para trás e pensa: já fui assim e acabou, já era. Mas não pretendo me tornar um senhor plastificado. As rugas também caem bem, não vou eternamente fazer os mesmos papéis, até por que é um tédio. Se pensar no outro extremo, da pessoa nunca envelhecer e ver os amigos e as pessoas que você ama morrerem deve ser desesperante, quase o sofrimento que o vampiro tem. A morte e o caminho dela também é necessário", comentou o ator.


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