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Galvão Bueno desiste de se aposentar e diz que tem contrato até 2019

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"Sai que é tua, Taffarel!", "Haaaaaaja coração!", "Quem é que sooooobe?" e "Rrrrrrrronaldo". Quem teve a televisão ligada em alguma tarde de domingo das últimas três décadas deve ter ouvido ao menos um desses três bordões.

O pai deles, Galvão Bueno, principal narrador esportivo da TV Globo hoje, afirma que não foram ensaiados: nasceram espontaneamente.

"Não sou narrador de bordões", afirma.

Leia abaixo a entrevista que ele deu à Folha.



Folha - O que o telespectador pode esperar da sua narração nesta Copa? Preparou alguma coisa nova, como o "sai que é tua Taffarel"? Ou essas frases são espontâneas?
Galvão Bueno - Nunca preparei nenhum bordão, eles são espontâneos. A maioria das transmissões é fora do Brasil, assim surgiu o "Bem, amigos da Rede Globo", porque cabia em qualquer horário, não importava o fuso.

Já o Taffarel, para mim, com respeito aos outros goleiros, é o melhor da história, tanto de Olimpíada quanto de Copa do Mundo, especialmente em decisões de pênaltis e faltas importantes. E me dava uma agonia quando ele não saía do gol. Aí veio o bordão "Sai que é tua, Taffarel!".

É verdade —e podem acreditar— que o Taffarel tem um papagaio em casa que ele ensinou a falar o meu bordão.

Para esta Copa não tem nada preparado, mas existe um sonho. Quero narrar o gol do título no dia 13 de julho, na final no Maracanã, do Brasil em cima da Argentina.

Há muitos novos narradores que preferem fazer uma narração mais limpa e informativa. O senhor acha que bordões estão em queda?
Não sou narrador de bordões, sou vendedor de emoções.

O que uma boa narração precisa ter e o que não pode ter?
Uma boa narração tem que ter informação, emoção e fidelidade aos fatos. O narrador não pode se imaginar mais do que a imagem.

Se a seleção ganhar a Copa, vai gritar "é hexa!" da mesma forma que gritou "é tetra!"?
Se eu gritei o tetra e o penta, é claro que vou gritar o hexa!

Vê um sucessor do seu trabalho no Brasil?
A TV brasileira tem ótimos narradores. Lamentavelmente, perdemos recentemente um grande amigo e referência na função de narrador, o Luciano do Valle. Além dele, perdemos também o Maurício Torres [apresentador da Record].

Na Globo, temos excelentes narradores como Cleber Machado, Luis Roberto, Rogério Correa e Rembrandt Jr. Levo muita fé também no Tiago Leifert e no Alex Escobar. Não é questão de existir sucessores, não existe no mundo tanta qualidade na narração esportiva como na TV brasileira.

Desistiu de se aposentar dos jogos da seleção depois da Copa 2014?
Amo o que eu faço. Enquanto eu tiver saúde e a Globo achar importante, eu vou continuar. Tenho contrato até 2019.

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