Televisão

Tom exagerado dominou séries em 2013

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No ano em que assistir a longas sequências de episódios tomou o lugar de acompanhar um seriado em seu horário, a televisão americana continuou a viver uma era de ouro, mas os melhores programas de 2013 pareciam um pouco exagerados.

O Netflix ofereceu sua versão para a série "Scandal" com "House of Cards", passada em Washington e dirigida à elite do download, mais enxuta e sofisticada, mas tão suculenta e melodramática quanto aquela.

Em sua terceira temporada, "Scandal" levou adiante uma proliferação de reviravoltas de trama absurdas. Os delitos do governo foram grotescos e abundantes. O texto é tão extremo quanto a trama: os personagens declamam suas falas com idêntica grandiosidade.


A profusão de séries estrondosas e escapistas praticamente sufocou opções mais sérias. Ainda que a audiência tenha crescido, os telespectadores não se encantaram com o falatório de "The Newsroom", a despeito de seu criador, Aaron Sorkin, ter promovido alterações sutis nos personagens para a segunda temporada.

Nos Estados Unidos, as redes a cabo e os sites de TV na internet demoram mais que as redes de televisão aberta a admitir suas derrotas.

"The Killing", que avançou aos tropeços em sua terceira temporada no canal AMC, deveria ter sido cancelada, mas em lugar disso ganhou uma quarta temporada e uma nova chance no Netflix.

"Orange Is the New Black" se tornou a nova referência para os programas do tipo "o crime não compensa".

Nem tão sombria ou complexa como "Breaking Bad", que chegou ao fim com um apocalíptico banho de sangue, "Orange Is the New Black" é um drama ágil sobre uma bonita loira de meia idade que termina presa e se vê forçada a conviver com colegas bem menos gentis.

Em sua quinta temporada, "The Good Wife" ganhou novo ímpeto, principalmente ao preferir a política interna dos escritórios a campanhas políticas por governos estaduais: a advogada Alicia (Julianna Margulies) abriu seu escritório, levando clientes importantes e deixando para trás seu zangado e vingativo ex-amante, Will (Josh Charles).

A série começou como uma reinterpretação do caso de Eliot Spitzer (governador de Nova York que renunciou após um escândalo sexual), mas encontrou caminho próprio como drama jurídico recheado de sexo e intrigas.

PRAZERES DA CARNE

A influência de "Scandal" chegou a "Homeland". A série de espionagem com Claire Danes como Carrie, agente bipolar da CIA, é tão sombria e complicada que manteve o amante da personagem, Brody (Damian Lewis), fora das telas e do seu caminho por boa parte da temporada.

Mas, apesar de toda a repressão e contenção, "Homeland" ganhou tons de melodrama em certos momentos, especialmente com as crises de angústia adolescente da filha de Brody.
As séries que mantiveram o pique se concentram nos campos da fantasia e terror.

"Game of Thrones" não recaiu em clichês ou em finais fáceis do tipo "felizes para sempre", e o mesmo vale para "American Horror Story".

O antídoto mais forte a "Scandal" foi a quarta temporada de "The Walking Dead". Nessa assustadora série, humanos atormentados correm para sobreviver, e são os insensíveis zumbis que desfrutam dos prazeres da carne.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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