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Outbackmaníacos são 'especialistas' em filas

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O Outback tem a ambição de ser uma espécie de Disneylândia: não importa a distância da sua casa, você vai dar um jeito de chegar, aguardar a vez de subir no brinquedo, se divertir e sair ansioso para voltar.

O editor de vídeos Daniel Oliveira, de 24 anos, comemorou triplamente seu aniversário este mês no Outback. "Fui com o pessoal do escritório durante a semana, hoje vim com os amigos e já marquei de voltar amanhã com meus pais", conta. Naquele dia estava conhecendo a unidade do shopping Mooca Plaza, recém-inaugurada.

Crédito: Nana Tucci/Folhapress Daniel Oliveira no Outback do shopping Mooca Plaza
Daniel Oliveira no Outback do shopping Mooca Plaza

Cliente do Outback Vila Olímpia, o psicólogo Joaquim Neves Júnior, 41 anos, almoça ali três vezes por semana porque gosta de pimenta. Mora na Zona Leste, mas retorna à Vila Olímpia no fim de semana com a família. "Como fica numa região que tem muito escritório, a espera é menor", explica.

Há uma particularidade sobre o outbackmaníaco: ele guarda na cabeça um mapa dos restaurantes da rede na cidade e sabe qual está mais cheio, em que dia e horário.

Se você chegar à unidade do Center Norte e não encontrar fila e Fabão, algo está errado. Este japonês de meia idade conhecido pelo apelido vem diariamente ao Outback, às vezes no almoço e no jantar. Senta sempre no canto do balcão e só toma Coca-cola Zero. É tão querido pelos funcionários que é convidado para reuniões informais da equipe. "Todo Outback tem sua lenda. A nossa é o Fabão", diz o sócio-proprietário Ignácio Mello.

No sábado de Carnaval, no Center Norte, um grupo de dez garotas com seus 15 anos se encontrava pela primeira vez depois das férias escolares. "A gente veio rever as amigas e aproveitar para jantar num lugar diferente", diz Isabela Yamada, 14 anos. "Diferente?", as colegas caem na risada, pois afinal são assíduas.

"Se a gente vai ao Mc Donald's, come rápido e vai embora rápido. Aqui a gente consegue ficar conversando por horas. Divide os pratos e gasta só um pouco a mais, uns R$ 20 por pessoa", diz Letícia Fuzo, 15 anos. As meninas já passaram até cinco horas na fila esperando uma mesa, mas garantem que não se estressam, nem desistem. Para elas, é "o point".

Persistir na fila não é uma unanimidade, claro. Há aqueles que não encaram a maratona e desistem. Naquele dia mesmo, dois casais se entreolharam e sugeriram: "Então... América?". Há muitos brinquedos na Disneylândia.

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