"Último" dia do mundo começa nublado e chuvoso no México
Para aqueles crédulos tensos que acreditaram numa profecia inexistente, e que achavam que 21 de dezembro seria o último dia da humanidade, a casa caiu. Os fatalistas não apenas irão descobrir que tudo continua como antes (este texto está sendo escrito por volta das 7h, no México), como também estão decepcionados com o clima: depois de quase duas semanas seguidas de sol e dias lindos, o dia 21 de dezembro começa com nuvens, muito vento e até chuva quase em todo o país.
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O grande problema é que o tempo, se persistir assim --e os meteorolgistas locais dizem que há mais de 50% de chance-- ninguém poderá ver a famosa sombra do solstício de inverno alinhar-se nas pirâmides de Chichén Itzá (cidade a cerca de 2,5 horas de Cancun) e formar a imagem da famosa serpente "emplumada" na mais famosa pirâmide do sítio arqueológica onde floresceu a última capital extraoficial da civilização maia.
Graças a um grande conhecimento matemático, os maias construíram a pirâmide de forma que a sombra provocada pelo movimento do sol fizesse aparecer uma "cobra" num dos lados da construção.
Em Chichén Itzá (pronuncia-se tudo junto, acentuando a última sílaba: "tchitchenitzá"), a decepção entre os turistas é grande. Diferentemente de ontem, hoje boa parte deles olha somente para o céu, para o movimento das nuvens, em vez de olhar para a frente. O parque arqueológico está prestes a abrir. São esperadas meio milhão de pessoas.
Nos últimos dias, todos os guias turísticos do sítio foram orientados pelos governos (federal e estadual) a frisar aos visitantes que a ideia de que o mundo iria acabar é uma bobagem. "Bullshit! Bullshit", dizem a toda hora ("besteira, besteira", numa tradução familiar), munidos de galhinhos de árvore que usam para fazer desenhos na terra, e mostrar aos turistas porque é (foi) uma asneira esperar o mundo acabar hoje.
A ideia de que hoje seria o fim da humanidade se baseia em uma mal contada e errática interpretação de um antigo calendário maia, que apontava que ontem a passagem de 20 para 21 de dezembro de 2012 marcaria o fim de um ciclo de mais de 5.000 anos.
É uma interpretação tão equivocada como se alguém achasse na rua hoje um calendário ocidental de 2012 e dissesse que o último dia da Terra seria o próximo dia 31, porque a pessoa não havia encontrado indícios de que o ano de 2013 fosse existir no calendário.
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