Chefe de campanha on-line de Obama conta como escolheu a foto mais curtida da história
"Mais quatro anos." Foi assim que o perfil do presidente americano Barack Obama no Twitter anunciou a vitória nas eleições deste ano. Acompanhando a mensagem, uma foto do democrata abraçando a mulher dele, Michelle. Foi a imagem mais retuitada e a mais curtida no Facebook desde o início dessas redes.
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As mãos que digitaram os poucos caracteres e os olhos que escolheram a fotografia são da finlandesa naturalizada americana Laura Olin, 31, coordenadora da campanha de Obama nas redes sociais.
Acordada havia 19 horas no momento em que selecionou a foto --e "exausta", segundo ela--, Laura diz não ter refletido muito sobre a escolha da imagem, clicada no Estado de Iowa, em agosto, pela fotógrafa Scout Tufankjian, que trabalhou na campanha.
"Muito do uso de redes sociais se resume a exercer bom senso, particularmente em uma campanha presidencial", diz Laura, em entrevista à Folha por e-mail. "Depois que publiquei a foto, fui para a festa da vitória e não acessei o Twitter até a manhã do dia seguinte."
Quando acordou, Laura viu que a mensagem ultrapassava 300 mil retuítes --superando o então líder, o cantor canadense Justin Bieber, cuja mensagem havia sido compartilhada 223 mil vezes.
Até agora, 817 mil pessoas repostaram o tuíte de Obama. Ao mesmo tempo, no Facebook, a imagem foi curtida 4,4 milhões de vezes.
PSICOLOGIA E POLÍTICA
Formada em psicologia e em política pela Universidade de Virgínia em 2003, Laura passou a se interessar pelo uso de redes sociais em campanhas políticas no mesmo ano, quando o então governador do Estado de Vermont, o democrata Howard Dean, lançou sua pré-candidatura à Presidência.
"Ele estabeleceu os princípios básicos que usamos até hoje", afirma Laura. Por meio de blogs, Dean foi o primeiro a fazer arrecadação on-line de fundos para a campanha.
Com os interesses profissionais definidos, Laura foi estudar comunicação e política em Londres. Quando voltou aos EUA, foi trabalhar na Blue State Digital, agência de mídias sociais especializada em política e causas sociais --da qual veio quase toda a equipe on-line de Obama.
A principal diferença entre uma campanha comum e a de Obama é a escala, diz Laura. "Tanto em termos de seguidores como em termos de atenção recebida", afirma.
"Particularmente nos últimos meses, nosso trabalho era bem mais fácil que o de outras campanhas de mídias sociais, porque já tínhamos a atenção das pessoas, em vez de termos que brigar por ela."
Ao fim da eleição, Laura ficou desempregada. "Ainda não estou certa dos planos que vou seguir." Com um ex-chefe muito satisfeito com o seu trabalho, Laura deverá ter uma carta de recomendação --que, diz, ainda não foi escrita-- muito boa. "Certamente vou tuitar assim que decidir o que fazer." O perfil dela é @lauraolin.
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