Factoides

HUMOR: Autobiografia não autorizada

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Deve ser um negócio MONSTRUOSO o que essas estrelas da emepebê têm de esqueleto no armário --é a única conclusão possível diante da notícia de que eles defendem autorização prévia dos biografados, ou de seus herdeiros, para que biografias sejam comercializadas. Agora, toda vez que o Faustão falar em "monstro sagrado da emepebê", vou fazer associação imediata com o vampiro de Dusseldorf. Oloko, meu!

Pra melhorar, DJ Avan escreveu uma nota tentando explicar sua adesão a esse tipo de censura --e conseguiu bater o recorde de incompreensibilidade das suas próprias letras (quando li, tive um "déjà van", que é aquela sensação de já ter lapidado o sonho até gerar o som antes). Traduzindo o zum-de-besouro-um-imã da nota, basicamente o que ele diz é que "a liberdade de expressão precisa ser preservada, só que não".

E é tudo muito simples, como outros já escreveram: biografia chapa-branca não é biografia; artistas têm de lidar com os ônus de serem pessoas públicas; e há leis para punir os biógrafos caso publiquem informação falsa ou cometam ofensa à honra. Se essa restrição às biografias vigente há anos no Bananão valesse no exterior, só teríamos por aí livros com títulos do tipo "Hitler, Esse Incompreendido". (Ou autobiografias não autorizadas, se o escritor estiver bêbado o suficiente: álcool entra, verdades saem, vocês sabem.)

Enfim, disso concluímos que censura não é uma coisa ruim em si --só é ruim se não for a seu favor. "O melhor modo de apreciar o chicote é ter-lhe o cabo na mão", como escreveu o Machado muito, muito tempo atrás.

Crédito: Ilustração em foto de José Paulo Cardeal/TV Globo


Carta aberta virou TEMDÊMSSIA, pelo visto: Sinéad O'Connor escreve pra Miley Cyrus, Miley responde com tuíte malcriado, Sinéad redige uma tréplica furiosa etc. OK, pode ser uma ação publicitária coordenada ("falem mal, mas falem de mim" vira "deixa que nós mesmas falamos mal de nós"). Mas aí você faz uma busca no Google e encontra cartas abertas à Dilma, a uma agência do governo, à MTV Brasil, ao timinho X que disputa o campeonatinho Y, a Deus, ao Diabo, ao céu, à terra e a tudo que existe entre um e outra.

Só posso supor que e-mails, DMs, mensagens privadas no Facebook, cartas (fechadas), telefones, pombos-correios etc. dessas pessoas todas não estejam mais funcionando --em geral, não há NADA que justifique que a carta aberta seja aberta. Mas, claro, mostrar pra todo mundo é mais importante do que fazer a mensagem chegar ao destinatário, assim como postar foto de comida no Instagram --pra TODOS saberem que você está naquele restaurante caro-- é mais recompensador do que comer. A motivação é igualzinha.

De todo modo, como não gosto de ficar à margem das tendências, estou escrevendo uma carta aberta à pessoa mais importante da minha vida: eu mesmo. Só não sei o que diz --ainda não recebi. (ba-dum-tss)


Sim, acabei de reciclar uma velhíssima piada de louquinho. E estou escrevendo em tópicos, que é o velho truque do colunista sem assunto pra preencher uma coluna inteira. Na carta aberta a mim mesmo, estou dizendo a Ruy Goiaba pra parar com esse costume reprovável. (Não vai adiantar, conheço bem esse pulha.)


Tenho a impressão de que os partidos brasileiros aderiram ao tuitês: eu leio "Paulinho da Força, SDD-SP" (que é a abreviatura da sigla Solidariedade) e não consigo deixar de pensar que o sindicalista está morrendo de saudade (SDD) de São Paulo. Culpa minha, claro --passo tempo demais com o Twitter e suas abreviaturas (AMGS, CTZ, VDD). Mas as possibilidades políticas são infinitas. Conto com sua adesão em 2016, quando eu montar a CTZ (Coalizão dos Trabalhadores pela Zoeira): ctz que faremos a diferença de vdd, amgs.


RUY GOIABA escreve todo dia sua autobiografia não autorizada nas redes sociais. Se a Justiça Eleitoral não aprovar seu CTZ, promete uma entrevista coletiva com pirofagia, malabares e tortada generalizada na cara ("quando a gente não pode fazer nada, a gente avacalha" --LUZ VERMELHA, Bandido da).

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