Factoides

HUMOR: Os karaokês de Dilma e Obama

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O rei do carisma e a rainha da bronca, alvos fáceis para os clipes do YouTube, estão cumprindo seu destino: Barack Obama, o absoluto boa-pinta dos drones, e Dilma Rousseff, a absoluta presidente Dilma (tão implacável em seu mau humor que até sua conta falsa no Twitter prefere puxar-lhe o, digamos, saco), estrelam paródias de canções pop.

Tudo começou no ano eleitoral de 2010. Naquela época, Dilma ainda era o "poste" de Lula, apelido que colou de tal maneira que virou frase na boca do grão-petista quando emplacou seu segundo pilar, Fernando Haddad.

Ainda naquele ano já tão distante, Obama, em seu primeiro mandato, era alvo de um questionamento que correu as Américas: seria ele figurante no clipe de "Whoomp! There It Is?" --a música que entrou no DNA brasileiro como "Uh! Tererê"?


Apesar da semelhança perturbadora, a Casa Branca negou a ponta do presidente. O que é uma pena, pois sinalizaria ao mundo que figurantes de clipes como "Uh! Tererê" poderiam um dia chegar àquele que talvez, quem sabe (para não ofender os ouriçados brios nacionalistas), seja o mais importante assento presidencial do mundo. Talvez, tá?

Ocorre que, então em plena campanha, Dilma também teve seu momento "Uh! Tererê" (é uma montagem, mas no fim das contas é disso que os sonhos e a internet são feitos).


Um pouco depois, quem diria, veio o vídeo de System of a Dilma, edição mais visceral em que a presidente aparece ao lado do padrinho pra afirmar um compromisso de amor, paz e um pouco de hardcore também, que ninguém aqui é bobo.


O mandatário americano, por sua vez, ganhou no ano passado um canal só de montagens no YouTube, Barackdubs, em que é forçado a interpretar desde clássicos recentes como "Sexy and I Know It", do LMFAO, até ícones de décadas passadas como "Can't Touch This", do MC Hammer. Há um certo mau gosto? Sim, perfeitamente, mas também é disso que os sonhos e a internet são feitos.

(A real versão cantora do presidente americano tem um repertório mais a serviço do soul. Confira neste link a extensão vocal do homem.)

E assim foi até que outro dia, mais precisamente na última segunda (24), Barack Obama foi brindado com um cover do sucesso "Get Lucky", da dupla francesa de motoboys Daft Punk.


Esperta, a persona youtúbica de Dilma tratou logo de se ajeitar. Da mesma maneira que protagonizou lá seu número de coelho-na-cartola com uma proposta de Constituinte que logo transformou em pó, de noite para o dia fez-se estrela de mais uma ótima montagem, desta vez com o "Show das Poderosas", de Anitta.

Quando menos esperávamos, apreensivos entre a voz rouca das ruas e a voz louca de Marcelo Rezende e Datena, surgia finalmente a voz da outrora quieta Dilma, entoando uma canção que poderia ter sido talhada especialmente para ela, que afronta as fogosas (só as que incomodam) e expulsa as invejosas, que ficam de cara quando toca o pronunciamento oficial.



ALEXANDRA MORAES é editora-adjunta da "Ilustrada" e autora das tiras o pintinho

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