Meus amores, a semana foi repleta de emoções no mundo do entretenimento. Teve até o marido da Nigella Lawson tentando enforcá-la em público, talvez para fazê-la regurgitar alguma coxinha que ela comeu no Brasil.

Mas fala sério: alguém está mesmo interessado no novo corte de cabelo da Deborah Secco, enquanto o pau come solto pelas ruas? Dá para se emocionar com a pamonha da Paloma, que, aos 30 anos de idade, ainda briga com a mamãe pelo direito de namorar um vagabundo piolhento?

"Amor à Vida" que me perdoe, mas a novela mais excitante do momento é a da vida real. Tenho acompanhado do meu sofá as manifestações por todo o Brasil, desde o primeiro dia. Não perco um capítulo!

Para começar, as reviravoltas da trama são de dar inveja ao João Emanuel Carneiro. Eu nunca mudei de opinião tantas vezes, nem tão rápido.

Primeiro eu era contra os arruaceiros. Depois fiquei a favor dos manifestantes. Agora estou meio perdida. Nem eu, nem ninguém, sabe como essa história vai acabar.

E isto não é ótimo? Nada como um roteiro imprevisível! Chega de clichês.

Está certo que falta um vilão bem definido. Não há uma Carminha, nem um Félix. Ou melhor, há sim, e muitos. Só que agora eles estão todos aderindo aos protestos, como se não fossem eles mesmos que os provocaram. Isto sim que é vilania!

Também há momentos mais engraçados do que qualquer cena da Valdirene. Quem foi que não riu com a cara do Datena quando sua enquete sobre as passeatas não deu o resultado que ele queria? Quem é que não está se divertindo com as declarações apalermadas de prefeitos e governadores?

Surgiram até segredos muito mais intrigantes do que um reles "quem matou Odete Roitman?" Quem é o cara de camiseta branca? Por que este vândalo não foi preso logo? Quem é que está por trás dele? Mistééério.

E ainda tem as tramas paralelas, onde os atores coadjuvantes encontram oportunidades para brilhar. Numa delas, o deputado Marco Feliciano conseguiu aprovar o projeto da "cura gay" no CDH. Mas nem com ele deu certo, gente!

Esta novela só tem um defeito: as cenas de violência são para valer. Não dá para a gente se consolar pensando que o sangue é de mentirinha, ou que as explosões são efeitos especiais.

Só sei que eu não consigo focar em outra coisa. Copa das Confederações, novo elenco de "A Fazenda", nada se compara à emoção de acompanhar as manifestações pela TV.

Mais emocionante do que isto, só mesmo indo para a rua.

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ELOÁ PARANHOS, 67, é ex-funcionária pública e aposentada desde os 35 por invalidez (machucou o dedo anular esquerdo num acidente de bocha). Passa os dias vendo TV, folheando revistas de fofoca e recebendo mensagens em código. Torce pelo Juventus.