"Eles tentaram convencê-la a ir para uma clínica de reabilitação, mas ela disse...não, não, não"

Foi fazendo uma alusão ao refrão da canção "Rehab", que o jornal "The New York Post" noticiou, em sua chamada de primeira página de domingo, a morte da cantora inglesa Amy Winehouse.

Sem dúvida, foi a mais original manchete por entre os jornais nova-iorquinos, Mas, em um ano em que recordes de notícias importantes foram quebrados, semana após semana, e em uma cidade palco de um dos mais brutais ataques terroristas da historia, o "Post" (jornal que pertence ao grupo News Corp., de propriedade de Rupert Murdoch) não soube dosar a verdadeira importância da outra grande notícia do fim de semana: o massacre perpetrado pelo franco-atirador na Noruega.

Muito menos deu bom espaço para o tenso encontro entre o presidente Barack Obama com líderes do congresso para uma rodada final de negociações da elevação do teto da dívida americana.

O concorrente "Daily News" não só dividiu sua capa entre Amy e o massacre norueguês, como dedicou quatro páginas ao desdobramento da tragédia escandinava, com um número escalante de vítimas. A cobertura da morte de Amy ganhou uma página, e a dívida americana ficou com meia página.

A morte prematura de Amy monopolizou também, naturalmente, os tweets das celebridades (Demi Moore, Jessica Alba, Rob Thomas, Kelly Osbourne...) com muita trivialidade, condescendência, erros de digitação e gramática, além da prática de mau gosto do "eu era amigo dela..." "Mais um talento morre aos 27 anos", escreveu Lance Bass.

Um dos poucos a postar algo mais ponderado foi um comediante! Simon Pegg, ator que criou a paródia aos filmes de zumbis "Todo Mundo Quase Morto", diz no post dele: "Pensamentos e carinho para aqueles afetados pela atrocidade na Noruega e terrivelmente triste em saber sobre Amy Winehouse. Doce e engraçada garota. Triste dia".