Ele pulou como criança no sofázinho de Oprah Winfrey para celebrar seu amor pela mulher, a atriz Katie Holmes; criticou Brooke Shields por ela ter declarado que tomou antidepressivos para combater depressão pós-parto (depois eles fizeram as pazes); faz parte de uma igreja (a da cientologia), que é criticada e vista como seita em alguns países; e deixa a filha de quase seis anos usar sapato de salto alto! Mas é o esquisitão Tom Cruise quem está salvando Hollywood de um não esperado período de vacas magras.

A bilheteria do período pré-natalino, isto é, de 1º de outubro a 13 de dezembro, que costuma ser uma época em que Hollywood fatura alto com seus filmes de qualidade e de olho no Oscar, apresentou uma forte queda no ano passado: 8.5% se comparado com o mesmo período em 2010. E o público que frequentou o cinema em 2011 foi 5.6% menor que a platéia de 2010.

Com seu novo filme, "Missão: Impossível --Protocolo Fantasma", que já arrecadou, até terça-feira, um total de US$ 245 milhões em 43 países, incluindo o Brasil, Tom Cruise também injetou grande ânimo nas bilheterias americanas.

Em menos de três semanas, o filme já arrecadou impressionantes US$ 145 milhões, mesma soma que ele custou para ser rodado. Os críticos também ficaram entusiasmados com as proezas do ator que fez boa parte de suas cenas de ação no 124º. andar de um hotel em Dubai sem o auxílio de um dublê.

O período das pazes de Cruise com a bilheteria (e também a crítica) deve continuar este ano, com o lançamento do filme "Rock of Ages", no qual ele interpreta um roqueiro mulherengo e charlatão que é um misto de Slash com Bon Jovi.

Não, isso não é uma daquelas previsões fajutas de videntes em cada começo do ano. Em se tratando de Cruise, existe uma teoria ("quase científica") que consegue prever, com antecedência, o sucesso ou o fracasso de um filme dele.

Se o cabelo do ator estiver comprido num filme, isso quer dizer que a produção vai ser campeã de bilheteria. De nove filmes em que o ator apareceu de cabelo comprido, incluindo "Entrevista com o Vampiro" e "A Lenda", oito deles estrearam em primeiro lugar na bilheria.

Dos 22 filmes em que o ator apareceu de cabelo curto como o corte reco em "Ases Indomáveis", somente 11 deles conseguiram ter grande impacto.

A crítica também parece gostar mais de Cruise cabeludinho. Quando ele aparece com madeixas como em "O Último Samurai", as críticas tiveram uma taxa média de aprovação de 63%. Quando ele está com o corte aparado, como em "A Firma" e "Operação Valquíria", as críticas favoráveis caem para uma média de 58%.

Os integrantes da Academia de Hollywood também pensam o mesmo. Duas das três indicações que Cruise teve ao Oscar - por "Nascido em Quatro de Julho" e "Magnólia" --dava para fazer trancinha no cabelo dele. E vale notar que em "Jerry Maguire --A Grande Virada", que também rendeu-lhe uma indicação para o Oscar, meio que existe um pequeno topete ali.

A julgar pela abundante e esvoaçante cabeleira de Cruise no novo "Missão: Impossível", ele ainda está bem longe da rota da carequice que vem perturbando atores como Jude Law. Boas bilheterias, assim, ainda vão acompanhar a carreira desse quase cinqüentão (Cruise faz 50 em julho) por algum tempo. Mas o que será que poderia acontecer com as máquinas registradoras dos cinemas caso Cruise tentasse uma chapinha?