A atriz Juliana Baroni, que interpretou Marisa Letícia no filme "Lula, o Filho do Brasil", de Fábio Barreto, em 2010, diz sentir muito a morte da ex-primeira-dama.

"Ela era uma mulher que aprendi a admirar. É um momento de exigir respeito, não para falar de política, independentemente de qualquer posicionamento", disse a atriz e ex-paquita ao "F5". 

Juliana revelou detalhes sobre seu trabalho no filme sobre o ex-presidente Lula e a relação com Marisa. "Na época, estudei a vida dela. A gente conhece o Lula, que é uma figura pública, mas não sabe muita coisa da biografia dela, que é bem forte. A história do encontro dos dois me encantou, eu li no roteiro e achei tão cinematográfico. E era tudo verdade!"

Fizeram parte da pesquisa de Juliana o livro "O Filho do Brasil", de Denise Paraná, que serviu de base para o roteiro do filme, e o documentário "Entreatos", de João Moreira Salles, sobre a campanha presidencial de 2002.

"A Marisa não gostava de se manifestar publicamente, mas em casa era ela quem mandava. Os holofotes nunca estiveram nela, mas ela estava sempre presente, na retaguarda", conta a atriz, que recentemente protagonizou a novela "Cúmplices de um Resgate", do SBT.

A preparação para as filmagens incluiu frequentar lugares onde Lula e Marisa costumavam ir, em São Bernardo do Campo (SP), e conversar com familiares. "Em um filme você mergulha de cabeça nos personagens, ainda mais em um de verdade, com tantos detalhes. Foi uma opção do diretor  eu não conhecer a Marisa antes de filmar, para que eu não tentasse imitá-la, ou fizesse uma caricatura."

Marisa foi a primeira personagem real de Juliana. O primeiro encontro das duas foi na estreia de "Lula", e a atriz descreve a ex-primeira-dama como "uma mulher de hábitos simples".

"Perguntei seu prato preferido, e ela respondeu 'frango com polenta', que era o que o Lula gostava que ela fizesse", conta. "Tínhamos muitas coisas em comum. Minha família é do interior de São Paulo, e na juventude ela se parecia fisicamente comigo. Nosso olhar também tem semelhanças." 

A atriz admite que a aparência contou em sua escolha para o papel, mas destaca um detalhe, que fez diferença, ainda durante os testes: "Em uma improvisação, eu falei com o ator que estava comigo da maneira que minha mãe fala com o meu pai, e por acaso foi parecido com a maneira que a Marisa falava com o Lula".

Depois do filme, Juliana e a família Lula chegaram a trocar e-mails e cartões de Natal, "mas a vida tomou seus rumos e não mantivemos contato. Uma pena".