Celebridades

'Eu adoro povão', diz apresentador André Vasco sobre seu programa na Band

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No ar há cerca de seis meses com a atração vespertina "Sabe ou Não Sabe" (Band), o apresentador André Vasco, 29, comemora o contato direto com o "povão".

O programa, gravado na rua, consiste em um jogo de perguntas e respostas no qual os participantes ganham dinheiro se encontrarem alguém que sabe —ou não— de acordo com uma carta sorteada, uma resposta de conhecimentos gerais. Ou seja, o participante deve escolher a olho um transeunte que pareça saber ou não a resposta para determinada pergunta.

O formato é de uma produtora israelense e já foi adaptado em vários países. No SBT, Patrícia Abravanel comandou uma versão parecida.

Para Vasco, o programa é um prato cheio de histórias emocionantes de dificuldade e superação.

"Todo dia acontece alguma coisa que me surpreende. Teve uma senhora que foi com o neto e pediu pelo amor de Deus para jogar, disse que estava para ser despejada. Lá pelo meio do programa, vejo o neto chamando ela de mãe. Fiquei confuso. 'É vó ou é mãe?', perguntei. Ela me contou que a mãe do menino tentou vendê-lo em troca de uma laqueadura, porque tinha tanto filho que não dava conta de sustentar. Uma médica ofereceu a cirurgia em troca da criança", disse ao "F5".


"Eu tenho muita sensibilidade com as pessoas, graças a Deus. Tinha um que era cobrador e era muito obeso, não estava cabendo na cadeirinha do ônibus e precisava da grana para fazer a cirurgia de redução do estômago. E teve outro que foi um dos que mais me arrepiou. Ele disse que assitia meu programa todo dia na cadeia, de onde tinha acabado de sair".

O prêmio máximo do programa é R$ 3 mil. Vasco afirma que o valor "pode não ser muito", mas é de grande ajuda para alguns participantes.

André grava o programa quatro dias por semana. Às quartas-feiras, tira folga para cuidar de sua empresa, que comercializa 'identidade musical'. Antes de se formar em publicidade no Mackenzie, em São Paulo, e ir para a antiga MTV Brasil, na qual estreou na TV, ele foi violinista erudito.

Apresentar um programa de rua foi desafiador para Vasco, após passar dois anos à frente de um show de calouros no SBT. O humor e o improviso, explica, são peças fundamentais para garantir o andamento do programa, fora do conforto do estúdio e de interações ensaiadas, com interlocutores contratados e piadinhas combinadas.

"Não sou humorista, mas uso do humor como ferramenta de carisma. Faço um grande talk-show para os populares", explicou. "A equipe brinca que por dia eu beijo 200 pessoas e tiro 500 fotos. Eu adoro povão! Gosto de andar no meio do povo, ir na festa na favela da moça que trabalha lá em casa, visitar os parentes do Nordeste que não têm dinheiro", orgulhou-se.

Mas o humor é apenas um detalhe do jogo, que para ele, traz sensações emocionantes. "O programa tem uma relação interpessoal muito forte: quem ganha não precisa responder nada e quem responde não ganha porcaria nenhuma. Mas a pessoa que responde ajuda o outro a ganhar, e isso faz ela se sentir importante na vida de alguém. É impagável as senhoras querendo me abraçar, falando: 'Você é igualzinho na TV'. Eu choro", riu.

Recentemente furtado durante uma gravação no Largo São Bento, no centro de São Paulo, o apresentador não se deixou abater pela perda da mochila com seus pertences. Desejou que o ladrão faça bom uso do que adquiriu.

"A única coisa que tenho frescura é com a carteira, gosto de ter uma de marca boa. Fiquei chateado porque eu passo o dia na rua dando dinheiro para as pessoas, ouvindo os casos deles, ajudando eles a saírem da pindaíba e aí tem vagabundo que quer tirar vantagem em cima dos outros", lamentou ele.

"Mas espero que quem pegou faça bom uso da câmera. Tomara que ele descubra uma profissão com isso, comece a fotografar, gravar vídeos, sei lá...", disse. "Que faça bom proveito. Como diz minha avó, eu sou meio bobo, de coração puro."

Antes de começar a carreira na TV, André teve seu momento "Na Natureza Selvagem": largou a namorada e pegou carona num caminhão de São Paulo até Aracaju (SE), gravando tudo com sua própria câmera.

"Eu precisava encontrar meu verdadeiro 'eu'. E foi legal, porque fui contra várias coisas minhas, tipo tomar banho em posto de gasolina! Eu tenho TOC!", lembra ele, que ainda pretende usar o material para um futuro trabalho.

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