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Após frisson em casamento, irmã de Kate vê popularidade decair

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Foi o derrière que lançou mil fotos. Ao carregar graciosamente o véu da noiva nos degraus da abadia de Westminster, em 29 de abril de 2011, ninguém teria conseguido prever que o traseiro de Pippa Middleton, em seu vestido justo, atrairia mais atenção que o rosto velado de sua irmã Kate.

Mas não demorou para que a página de Pippa no Facebook ganhasse a companhia de uma segunda, dedicada integralmente aos seus quadris (as duas contam com mais de 200 mil "curti" cada.)

Um documentário do canal TLC de TV a cabo, intitulado "Crazy About Pippa", não demorou a surgir, da mesma forma que hordas de papparazi obcecados por ela, que fotografavam a filha mais moça da família Middleton a cada vez que ela saía de seu apartamento em Londres ou entrava em uma casa noturna, ou caminhava pela rua com seu irmão ou com o namorado.

Crédito: Phil Noble /Reuters Pippa Middleton, irmã de Kate, perde popularidade após frisson em casamento da irmã com o príncipe William
Pippa Middleton, irmã de Kate, perde popularidade após frisson em casamento da irmã com o príncipe William

"Pippa não só roubou a cena no casamento da irmã", diz Ingrid Seward, editora da revista londrina "Majesty", sobre famílias reais de todo o mundo, "como na verdade se tornou a dona da cena".

Passados dois anos, a cobertura da imprensa sobre Pippa mudou decididamente de tom. "Pippa se veste com a luz apagada?", questionou um dos mais populares jornais sensacionalistas britânicos, o "Daily Mail", comparando sua roupa recentemente a "sacos de batata", e seus seios "caídos" a "orelhas de spaniel".

A reportagem de moda, de duas páginas, incluía mais de uma dúzia de fotos da irmã da duquesa de Cambridge, em diversos eventos, entre os quais o torneio de Wimbledon, e criticava absolutamente tudo, de seu arranjo de cabelo aos seus sapatos.

Apenas a imagem final --a da bundinha empinada de Pippa no casamento real-- era lisonjeira, embora a legenda não o fosse, dizendo: "Tanta promessa. Tão pouca realização".

Mas os problemas de Pìppa derivam menos de seu guarda-roupa do que da maneira pela qual ela passou os dois últimos anos.

Enquanto sua irmã na segunda-feira assumia um novo papel como mãe coruja de um novo herdeiro do trono britânico (o que provavelmente faz de Pippa a tia mais famosa do mundo), Pippa também vem assumindo uma nova identidade: a de colunista de gastronomia, planejamento de festas e diversão em geral, para uma revista britânica.

Há algumas semanas ela se tornou colaboradora da revista "Vanity Fair", poucos meses depois de se tornar titular da coluna "Friday Feasts" em uma revista semanal de fofocas britânica.

Tudo isso surgiu de um livro sobre entretenimento doméstico que ela escreveu no ano passado e fracassou nas livrarias.

O resultado é desdém por parte da imprensa e população britânica, que parecem ter esquecido seu momento de estrelato no casamento de Kate.

"As pessoas aqui simplesmente não gostam dela", disse Seward. "Acreditam que ela não cozinha, não escreve e na verdade pouco faz; conseguiu tudo por conta da fama da irmã. Há uma sensação generalizada de que ela está simplesmente explorando a situação".

Camilla Tominey, editora de realeza no jornal britânico "Sunday Express", disse que "há muitos comentários malévolos por aqui, insinuações de que ela está explorando a fama da irmã".

Tominey acrescenta que "ela talvez tenha parecido um pouco tímida na época do casamento, mas não é. Precisa ganhar a vida, e encontrou a fama assim".

Mas será que Pippa, 29, realmente precisa ganhar a vida? A empresa da família Middleton, Party Pieces, que vende produtos para festas pelo reembolso postal, teve valor estimado pelos analistas em torno de 30 milhões de libras (R$ 101 milhões) no momento do casamento real, levando em conta as conexões que estava cimentando com a coroa.

Heranças e fundos familiares também teriam ajudado os Middleton a comprar sua nova casa (uma mansão rural em terreno de sete hectares em Berkshire), além do apartamento de 1,2 milhão de libras (R$ 4,5 milhões) que Pippa e seu irmão mais novo, James, agora ocupam em Londres.

"Eles são uma família muito rica", diz Seward. "Nada falta a esses jovens. É seguro dizer que não precisam pagar a hipoteca".

E eles não se afastaram muito do setor em que os pais trabalham. Como Kate, Pippa trabalhou para a empresa dos pais ao se formar na faculdade, no caso dela editando "Party Times", o boletim da companhia, para o qual ainda colabora.

Também trabalhou para a Table Talk, uma companhia de eventos de Londres que tem a Tiffany & Co., Asprey e Christie's entre seus clientes. O caçula da família, James, também está no ramo de festas, comandando a Cake Kit Co., uma panificadora e doceira voltada a clientes endinheirados.

Os problemas de Pippa começaram depois do casamento da irmã. Em lugar de se tornar dama de companhia da duquesa, como fez a irmã mais velha da princesa Diana, Lady Sarah McCorquodale, por algum tempo (o que a imprensa especulou Pippa também pudesse vir a fazer), ela preferiu aceitar uma oferta de US$ 600 mil da Penguin Books para escrever "Celebrate: A Year of Festivities for Families and Friends", livro que ensinaria a organizar todo tipo de festa, de um chá da tarde a uma viagem de camping, com receitas, dicas para festas e informações sobre rituais britânicos como Bonfire e Burns Night.

Ainda que a produção do livro seja impecável, com belas fotos de Pippa na praia com amigos, Pippa pintando ovos de páscoa em companhia de crianças loiras e Pippa em um vestido glamouroso e reluzente em uma festa de Ano-Novo, quando foi publicado, em outubro (data selecionada pela autora para não interferir com as festividades do jubileu da rainha, no terceiro trimestre), as vendas foram pífias --pouco mais de dois exemplares na primeira semana, o que levou algumas livrarias a reduzir o preço de capa, nas promoções natalinas, de US$ 40 para US$ 10.

Criticado por resenhistas por ser simplista demais, com dicas sobre como fazer chá ("mergulhar os sacos de chá na chaleira"); astronomia ("melhor em noites escuras e de céu sem nuvens"); corridas de saco infantis ("colocar as duas pernas dentro do saco") e até mesmo como fazer gelo ("encher bandejas de águas"), o livro pareceu gerar mais piadas do que vendas na Amazon.

Pam Sykes, colaboradora londrina da revista "Vogue", culpa os caprichos da mídia britânica pelo momento negativo de Pippa na imprensa. "Com a imprensa britânica, não se pode ganhar", ela diz "Primeiro ela tem o melhor traseiro do mundo, e logo depois começam a odiar as roupas que ela veste".

Sykes disse que, como "a irmã bonita, ela sempre atrairá esse tipo de atenção. Ela é a versão definitiva da garota do it".

A História nem sempre foi generosa com os membros da família real que tentaram trabalhar, como o provam as incursões do príncipe Edward na televisão ou os escândalos do príncipe Andrew como enviado comercial (e Fergie claramente não ajudou). Mas Pippa não é parte da realeza, e nem mesmo é aristocrata, como era Charles Spencer, irmão de Diana, hoje conde, quando ele se tornou correspondente da rede de TV norte-americana NBC no final dos anos 80 e começo dos 90.

"Há um estilo antigo de aristocracia que gosta de manter a discrição", diz Seward, recordando que Jane Fellowes, uma das irmãs mais velhas de Diana, recusou gentilmente o convite para uma entrevista sobre a irmã feito pela "Majesty". Seward também aponta para o fato de que a família de Sophie Rhys-Jones, plebeia como Kate, jamais atraiu grande atenção.

Assim, o que Pippa poderia fazer se não quiser ser o saco de pancadas da imprensa britânica? "Os pais dela são empresários, e ela também", diz Sykes. "Por que não manter uma carreira?"

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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