Foi fazendo a série musical "Glee" que Chris Colfer, 22, conseguiu sair do armário e se tornou um dos gays assumidos mais jovens de Hollywood. Conta que não é fashionista como seu personagem, Kurt Hummel, ("Me arrepio com as coisas que ele usa. Sou mais casual"), mas amou contracenar com Sarah Jessica Parker na nova temporada. O que o interessa são os projetos pessoais, como o livro infantojuvenil "Terra de Histórias --O Feitiço do Desejo" (ed. Benvirá, 384 pág., R$ 34), lançado no mês passado no Brasil.

"Sou ambicioso, seria estúpido não aproveitar essas oportunidades. Um dia 'Glee' vai acabar", disse, com um topete penteado cuidadosamente. Na quarta temporada da série, exibida pela Fox, Kurt troca o colégio em Ohio por um estágio no site da "Vogue", em Nova York, no qual é entrevistado pela personagem de Sarah Jessica. Os dois cantam juntos no episódio, que vai ao ar no Brasil na próxima quarta, 28/11.

"Me apaixonei por ela. É muito profissional", disse. "Ela nunca deixa o set, está sempre focada, não é como esses atores que com 'qualquer coisinha' precisam voltar para o trailer."

Chris cresceu numa cidadezinha do interior da Califórnia e passou por muito "bullying" até virar uma voz importante contra abusos nas escolas, graças ao seu papel em "Glee", sua estreia na TV.

Em 2011, foi eleito uma das cem pessoas mais influentes do mundo pela revista "Time" e, em julho deste ano, apareceu em outra lista, no topo dos livros mais vendidos do "New York Times". A trama que escreveu conta as aventuras de dois irmãos gêmeos de 12 anos que são sugados para dentro de um livro de contos de fadas. Lá, descobrem que Cinderela virou rainha e está grávida, enquanto Chapeuzinho Vermelho montou seu próprio reino.

"Tive a ideia aos dez anos de idade e fui marinando na cabeça. Já estou escrevendo a segunda parte", disse ele, que também trabalha em seu segundo roteiro, um drama.

Sua estreia como roteirista aconteceu neste ano, com o filme independente "Struck by Lightning" ("Atingido por um raio", em tradução livre), que também estrelou, como um garoto que chantageia os colegas para fazê-los escrever em sua revista literária.

"O que mais amo é escrever. Atuar vem depois. Fico surpreso que mais atores não sejam roteiristas. É incrível ter um personagem 100% seu."

Embora "Glee" tenha perdido a audiência dos primeiros anos, o ator ainda enfrenta fãs histéricos pelo caminho. "Não é um dia normal se não vem alguém chorando pra cima de mim. Sempre fico tenso, será que ajudo, converso ou chamo alguém? Nunca entendi."