Cobra mais velha do Instituto Butantan veio da Rússia
A cobra naja é uma das presenças mais ilustres do Museu Biológico do Instituto Butantan, na zona oeste de São Paulo.
Com sua elegante pele preta, ela tenta esconder seus 1,70 metros embaixo de uma pedra e ignora as crianças que passam pelo seu vidro. O olhar aparentemente calmo faz parecer com que, se ela tivesse mãos, estaria fazendo tricô.
Não é para menos: com mais de 20 anos, a cobra já é considerada velhinha. Segundo o diretor do museu biológico, Giuseppe Puorto, existem registros de cobras que viveram até 30 anos em cativeiro.
"Se ela já passou 20 anos aqui, ela deve ter no máximo 25", estima.
Venenosas, as najas são famosas por se levantarem para atacar, quando se sentem ameaçadas.
Algumas espécies chegam inclusive a cuspir o veneno nos olhos da vítima.
Mas esse não é o caso da "vovó" naja, que é egípcia.
Por já ser idosa, ela também não chega a se levantar para o ataque e se limita a se movimentar rapidamente.
"Ela não levanta mais. Antes, só de bater no vidro ela subia", explica Puorto.
A "vovó" naja veio da Rússia em 1991 sem passaporte, ou melhor, sem nenhum registro de procedência. As najas não são nativas do país e, portanto, fizeram apenas uma "escala" por lá antes de parar no Butantan.
Quando chegou da Rússia, a cobra veio com outras duas najas, que tinham idade semelhante e já morreram.
Apesar do apelido de "vovó", o diretor do museu explicou que a naja na verdade ficou para "titia", pois não teve filhos nem "marido".
"Ela nunca teve um par. As outras duas eram de espécies diferentes."
Com sua morte, aqueles que quiserem conhecer uma naja de perto terão que viajar, já que ela e é a única que existe, oficialmente, no Estado de São Paulo.
O Instituto Butantan também não recebe mais cobras provenientes de outros países por causa da dificuldade de encontrar alimentos adequados para alimentá-las, no caso da naja, seus almoços são camundongos --iguaria nada rara.
Mas como toda "vovó", a naja do Instituto Butantan merece ser visitada. Só não peça beijinhos.
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