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Área do tamanho do México vira maior santuário mundial de tubarões

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Selo BBC Brasil

O governo das Ilhas Marshall criou o maior santuário de tubarões no mundo, uma área oceânica de quase 2 milhões de quilômetros quadrados.

A república situada no Oceano Pacífico irá proibir a comercialização de produtos derivados de tubarões e a pesca de tubarões em suas águas.

As ilhas, onde moram 68 mil pessoas, têm no turismo um dos principais motores da sua economia.

Tubarões e animais que têm parentesco com a espécie, como arraias, estão sendo seriamente ameaçados por problemas como pesca predatória e destruição de seu habitat.

Cerca de um terço dos tubarões oceânicos integram a internacionalmente reconhecida lista vermelha de espécies ameaçadas.

Crédito: Stuart Cove's Dive Bahamas Área do tamanho do México vira maior santuário mundial de tubarões
Área do tamanho do México vira maior santuário mundial de tubarões

Santuário

''Ao aprovar este projeto (à proteção aos tubarões), não poderíamos oferecer uma afirmação mais forte sobre a importância dos tubarões para nossa cultura, meio ambiente e economia'', afirmou o senador Tony deBrum, que apresentou o projeto de lei ao parlamento do país.

''Podemos ser uma pequena nação, mas nossas águas agora são o maior local de proteção para tubarões'', acrescentou.

Para que se tenha uma ideia, a área de proteção é equivalente à área de países como a Indonésia, o México ou a Arábia Saudita e é oito vezes maior do que a Grã-Bretanha.

A medida vai ampliar a área de proteção dos tubarões em todo mundo dos atuais 2,7 milhões de quilômetros quadrados para 4,6 milhões de quilômetros quadrados.

Pelos termos do projeto de lei, a pesca de tubarões e a comercialização de produtos derivados de tubarões serão proibidos e quaisquer animais que forem capturados acidentalmente, deverão ser soltos com vida.

Proibições

No santuário, que abrangerá boa parte do Oceano Pacífico, certos tipos de equipamento de pesca serão proibidos e quem transgredir estas medidas poderá pagar multas de até 200 mil libras (cerca de R$ 575,5 mil). O governo marshallino elaborou a proposta juntamente com integrantes do Pew Environment Group, a organização ambiental americana que identificou as nações-arquipélago como mais capazes de oferecer grandes ''ganhos'' em termos de conservação marinha, devido à vasta proporção de suas águas territoriais.

''Nós saudamos a República das Ilhas Marshall por colocar em prática a mais forte legislação para proteger tubarões que nós já vimos'', afirmou Matt Rand, diretor de conservação de tubarões da instituição.

Com a legislação pró-tubarões, as Ilhas Marshall seguem o caminho tomado por Palau, há dois anos, que, até agora, contava com o maior santuário mundial em defesa dos animais.

Desde então, outros países, como as Bahamas, adotaram medidas semelhantes.

Dúvidas

No mês passado, um grupo de oito países - entre eles México, Honduras e Maldivas - assinou uma declaração conjunta na qual se comprometeram a pressionar pela adoção de mais medidas de proteção aos tubarões em todo o mundo.

Como eles crescem e se reproduzem de forma relativamente lenta, os tubarões são particularmente vulneráveis a fatores como a pesca, seja ela acidental ou intencional.

As medidas de proteção aos tubarões também deverão ajudar a diversidade marinha como um todo, já que restringem os direitos de barcos pesqueiros e exigem maior controle dos navios que desembarcam na região.

Mas tanto nas Ilhas Marshall como em Palau e outros países, há dúvidas sobre a capacidade das autoridades para monitorar plenamente uma extensa camada do oceano.

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