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Descrição de chapéu Dia dos Namorados

Valentine's Day: Entenda por que o Brasil não adere à celebração em 14 de fevereiro

Dia dos Namorados no país foi criado por fins comerciais

Keith Urban e Nicole Kidman
Keith Urban e Nicole Kidman em celebração pelo Valentine's Day em 2020 - Instagram/Keith Urban
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São Paulo

Este domingo terá clima de romance, pelo menos nos Estados Unidos e na Europa. Isso porque no dia 14 de fevereiro é celebrado o Valentine’s Day, nome que eles dão ao Dia dos Namorados. No Brasil, no entanto, essa comemoração ficará apenas para o dia 12 de junho, oficialmente Dia dos Namorados desde 1948.

Muitos não sabem, mas quem inventou o Dia dos Namorados no Brasil foi João Doria (1919-2000), o pai do atual governador de São Paulo. E o motivo foi estritamente comercial.

Segundo Victor Missiato, doutor em história e professor dessa disciplina no Colégio Presbiteriano Mackenzie de Brasília, o publicitário pensou na data como uma forma de alavancar as vendas de uma loja de departamentos paulistana chamada Clipper.

“Ele foi convocado, no final da década de 1940, a criar uma estratégia para a loja justamente no mês de junho quando a comercialização de produtos era desaquecida. Ele se baseou na força das festas juninas do Brasil e atrelou isso à proximidade do Dia de Santo Antônio [13 de junho], o santo casamenteiro”, explica o professor.

A comemoração já começou a cair no gosto popular no ano seguinte. Primeiro, os estados do Sudeste aderiram e, depois, mais regiões brasileiras colocaram o 12 de junho em seus calendários anuais. “Já existia no começo da década de 1950 uma americanização no Brasil após a Segunda Guerra, então foi mais rápido”, complementa o professor. ​

O nosso Dia dos Namorados, porém, é muito posterior ao Valentine’s Day dos países anglo-saxões. No período medieval, com a consolidação do catolicismo, os cristãos eram perseguidos pelo Império Romano. O professor explica que no século 3 um padre romano de nome Valentim começou a enfrentar o Império e lutar pelos casamentos. Isso era a contramão do que queria o imperador Claudio 2º que dizia que os soldados não podiam se casar para não ficarem despreparados para as batalhas.

Valentim dizia que o casamento ressignificava a vida humana e era importante. Foi então que começou a organizar celebrações às escondidas. Porém, com a descoberta do imperador, Valentim foi sentenciado à morte.

“Antigamente, havia esse costume de festas pagãs em relação ao romantismo, como na Roma Antiga onde se colocava o nome da pretendida em vasos. Com o avanço do cristianismo, muitas festas pagãs foram ressignificadas. E essa história de São Valentim foi usada e apropriada para a criação dessa festividade”, finaliza o historiador.

COMÉRCIO NOS EUA E BRASIL

O Valentine’s Day, nos Estados Unidos, é um sucesso em relação a vendas. Segundo dados da associação dos varejistas do país, a National Retail Federation, as expectativas para as vendas na data são altas. A média de faturamento no país nos últimos anos ficou entre US$ 18 bilhões e US$ 20 bilhões (R$ 98 bilhões a R$ 108 bilhões).

O Brasil, em 2020, registrou baixa nas vendas pelo Dia dos Namorados. Os dados são do Indicador de Atividade do Comércio da Serasa Experian e mostram que as vendas no varejo durante a semana do Dia dos Namorados tiveram queda de 27,8% com relação ao mesmo período do ano anterior.

Na cidade de São Paulo, onde já vigorava medidas de flexibilização no funcionamento do comércio por causa do coronavírus, o comércio também sentiu o desempenho negativo: queda de 23,4%.

Mas nem tudo é culpa da pandemia. Em 2019, o mesmo indicador já apontava queda de 2,9% nas vendas na semana do Dia dos Namorados, que é considerada a terceira data mais relevante do comércio brasileiro, na comparação com 2018. Na capital paulista, as vendas durante a semana da data caíram 6,3% em comparação com 2018.

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