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Oito hábitos de higiene para mulheres e homens após o sexo

Você mantém bons hábitos de higiene sexual?
Você mantém bons hábitos de higiene sexual? - BBC News Brasil/Peter Cade/Getty Images
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Lavar as mãos é mais importante hoje do que nunca, mas você faz isso antes e depois de fazer sexo com alguém? Pode ser desconfortável –como interromper o ato e perguntar ao seu parceiro sexual: "querida, você lavou as mãos?" –mas os sexólogos insistem que essa regra de higiene pessoal é essencial nos relacionamentos íntimos.

É um passo simples para evitar, por exemplo, uma candidíase (infecção genital causada por um fungo). "Limpar as mãos, boca e dentes é vital, já que esses órgãos costumam intervir durante as relações sexuais", diz à BBC News Mundo (serviço em espanhol da BBC) Thamara Martínez Farinós, psicóloga e sexóloga do Instituto Espill, em Valência, na Espanha.

Além das mãos, você deve limpar os órgãos genitais diariamente. Mas aqui uma "lavagem rápida" não adianta, esclarece a especialista. "A higiene sexual é de primordial importância, pois pode frear as doenças sexualmente transmissíveis (DST)", diz Vicente Briet, psicólogo clínico e especialista em sexologia, à BBC News Mundo. Briet é chefe da área de sexologia da Universidade de Alicante, Espanha.

Ele considera que a higiene é "um poderoso afrodisíaco e um estimulador da libido". E "o cultivo do erotismo começa com a importância que atribuímos ao cuidado do nosso corpo e a atenção que prestamos à nossa higiene sexual e pessoal". Abaixo, algumas dicas de como colocar isso em prática.

OS HOMENS...

O Serviço de Saúde Pública do Reino Unido (NHS) explica em seu site como homens e mulheres devem cuidar adequadamente de suas áreas íntimas. Para os homens, os médicos recomendam lavar o pênis com água morna todos os dias durante o banho, dando atenção especial à área sob o prepúcio para evitar o acúmulo de esmegma, um agente antibacteriano que também atua como lubrificante.

"O principal tratamento para o esmegma é baseado em bons cuidados de higiene peniana", diz Briet. Se acumular, pode começar a cheirar mal e se tornar o terreno ideal para a proliferação de bactérias. Isso pode se traduzir em vermelhidão e inchaço da cabeça do pênis, que é chamado de balanite.

"É muito surpreendente quantos homens não lavam embaixo do prepúcio. Eles não apenas tendem a ter complicações derivadas da falta de higiene, mas também é muito desagradável para sua parceira sexual", escreve Patrick French, médico especialista do site do NHS na saúde sexual.

Briet concorda: "A higiene íntima masculina nem sempre recebe a atenção que merece." "Seja por falta de informação ou por desconhecimento, alguns homens cometem o erro de não lavar bem os órgãos genitais, apesar das consequências negativas que isso pode trazer: cheiros, mal-estar e infecções", diz à BBC Mundo.

"A região genital do homem é propícia ao aparecimento de infecções e outros problemas urológicos", indica. "Não só porque por meio dele expulsamos urina e sêmen, cujo acúmulo pode causar infecções, mas também porque é a pele que é especialmente sensível à fricção." "E a tudo isso se acrescenta que nele acumulamos suor, o que facilita a proliferação de bactérias e fungos se não for lavado diariamente."

O NHS desaconselha o uso de sabonete e gel de banho em excesso; água morna é suficiente. Mas se o sabão for usado, ele deve ser "suave ou sem cheiro para reduzir o risco de irritação da pele".

Briet diz que não basta limpar a superfície do pênis, mas que o prepúcio precisa ser retraído para que a água e o sabão também atuem na região da glande. "Principalmente nas partes do pênis mais escondidas pelo frênulo peniano, é conveniente usar um sabonete neutro para limpar os órgãos sexuais e enxaguar com bastante água."

MULHERES...

Quanto às mulheres, os especialistas em saúde sexual concordam que há desinformação, apesar da enorme indústria dedicada à higiene vaginal.

"A vagina é projetada para ser mantida limpa com a ajuda de secreções naturais (corrimento vaginal). Não precisa de duchas ou lenços vaginais", diz o site do NHS. "Existem muitas bactérias dentro da vagina que estão lá para protegê-la", acrescenta.

Na verdade, muitos sexólogos consideram esses produtos não apenas desnecessários, mas também perigosos. "A vulva (a parte externa da genitália feminina) pode ser limpa com sabonetes e produtos especializados para a área", comenta Thamara Martínez.

"Ainda assim, dependendo da pessoa, podem causar irritação e aumentar o risco de infecções. O que eu recomendo é lavar com água pelo menos uma vez ao dia." Em relação à parte interna, a sexóloga desaconselha a ducha: "Os riscos são muito maiores do que os benefícios que oferecem, por isso recomendamos não utilizá-los".

Entre os possíveis riscos ou reações adversas, ela lista o seguinte:

  • mudanças no PH (o potencial de hidrogênio da pele)

  • ardor e coceira

  • diminuição do muco cervical (que é responsável pela lubrificação da vagina)

  • reações alérgicas

  • maior risco de desenvolver infecções

  • complicações que podem surgir durante a gravidez, como o aumento do risco de parto prematuro

"Nosso corpo é tão sábio que sabe manter sua higiene interna", finaliza a especialista. Briet afirma que, embora existam cremes hidratantes ou reparadores para combater a irritação ou coceira na região íntima feminina, "o que se deve evitar são aquelas tendências inúteis de perfumar suas partes com desodorantes, colônias ou sabonetes com odores que favoreçam a irritação de pele e torná-la mais vulnerável a possíveis ataques bacterianos".

Ele também desaconselha o uso de duchas higiênicas ou absorventes perfumados. "A vagina normalmente se limpa sozinha. As paredes produzem seu próprio fluido que carrega células mortas e outros microrganismos para fora do corpo", esclarece. "E os cuidados íntimos devem ser tomados com mais cuidado nos dias da menstruação."

HOMENS E MULHERES

Uma dica de sexologistas para homens e mulheres é urinar antes e depois da relação sexual. "Urinar após a relação sexual é uma das melhores medidas para evitar contrair infecções indesejadas, seja na forma de micróbios, bactérias ou secreções", diz Martínez.

"Ir ao banheiro no final das relações sexuais ajuda a expulsar tudo o que surgiu, purificando-o e evitando que chegue a órgãos sensíveis como a bexiga", explica. "E urinar antes é de vital importância, principalmente para ter relacionamentos satisfatórios e não ter sensações desconfortáveis."

Briet acrescenta que essa prática é "um bom preventivo de algumas infecções do trato urinário, mas não de todas". O sexólogo recomenda urinar "imediatamente após a relação sexual" para nos proteger de doenças e reduzir as chances de contrair uma infecção. "Na verdade, deixar de fazer isso é uma das causas mais comuns de infecções do trato urinário", acrescenta.

Segundo a especialista, as mulheres são mais propensas a esse tipo de infecção e devem se acostumar a urinar 15 minutos após a penetração.

Pesquisa publicada no "The Journal of Family Practice" (2002) diz que mulheres saudáveis que urinam 15 minutos após a relação sexual podem ter uma probabilidade ligeiramente menor de desenvolver uma infecção do trato urinário do que aquelas que não o fazem.

"E embora aparentemente não haja nenhuma razão médica para ir direto para o chuveiro ou bidê depois do sexo, ainda é saudável ter um protocolo pós-sexo em mente", conclui Briet.

Principais recomendações:

  • Limpeza diária dos órgãos genitais com água

  • Limpeza das mãos, boca e dentes

  • Use roupa íntima limpa e, se possível, não de tecido sintético

  • Consulte o seu médico e faça exames de rotina uma vez por ano

  • Autoexame por observação direta e palpação para identificar mudanças na forma, coloração, secreções, tamanho e / ou textura

  • Uso de preservativos nas relações sexuais

  • Se você optar pelo sexo anal, deve evitar inserir o pênis no ânus e posteriormente na vagina, pois isso favorece o desenvolvimento de infecções

  • Raspar todos os pelos pubianos não é recomendado, pois os pelos geralmente são uma proteção para os genitais, é melhor apará-los, mas não removê-los completamente

  • Fonte: Thamara Martínez Farinós, psicóloga e sexóloga do Instituto Espill

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