Flávia Reis diz que cantarolava música clássica para não rir no reality LOL
Humorista fala de Paulo Gustavo e de finalmente ganhar protagonismo
Humorista fala de Paulo Gustavo e de finalmente ganhar protagonismo
Atenção, este texto contém spoilers do reality LOL: Se Rir, Já Era
Imagine ter a função de fazer pessoas rirem num dos momentos mais tristes da sua vida. Foi por algo semelhante a isso que a atriz e comediante Flávia Reis, 46, passou quando resolveu encarar o reality LOL: Se Rir, Já Era, disponível na plataforma do Amazon Prime Video.
Na época da gravação, no Uruguai, em julho de 2021, o humorista Paulo Gustavo havia acabado de perder a batalha para a Covid-19, em maio. Ele era um dos grandes amigos de Flávia e o responsável por dar espaço a ela nas aberturas de seus espetáculos durante sete anos.
"Ao mesmo tempo que o programa era uma vitrine enorme, eu estava em luto. Chorava um pouco e agradecia a ele pelo que me ensinou de comédia. Mas eu queria representar esse humor de teatro no streaming até como uma homenagem", diz Flávia que se sagrou a grande campeã da competição cujo maior intuito é não rir de ninguém.
Para isso, a concentração foi fundamental. Mas Flávia criou uma arma secreta contra o riso, que deu certo. "Fiz uma playlist no celular de músicas clássicas, tipo Villa-Lobos (1887-1959), daquelas bem densas mesmo. Durante as seis horas em que estivemos no estúdio gravando, eu ficava cantando mentalmente no meio do programa. Deu certo", conta ela.
Porém, não rir a deixou até doente. Ela afirma que todo o esforço fez com que no dia seguinte às filmagens apresentasse febre pelo estresse de ter tido de ficar imóvel às palhaçadas dos demais colegas competidores.
No reality, Flávia Reis representou alguns de seus mais famosos personagens conhecidos do teatro e que retornarão em breve ao espetáculo "Neurótica" por todo o Brasil. Dentre eles a Vanda Da Van, uma mulher de voz rouca responsável pelo transporte de artistas, e a Lúcia, que se perdeu no estacionamento de um shopping e fica desesperada.
"Ao longo do tempo, vou colecionando possibilidades. Adoro criar, ter perucas em casa para fazer tipos, acessórios e me transportar para outro lugar. Observo pessoas na rua, na família e quando vejo estou fazendo humor físico", explica.
Na atração, ela conseguiu vencer humoristas muito engraçados como Estevam Nabote, do Porta dos Fundos, Thiago Ventura e Igor Guimarães, conhecidos da nova geração e que costumavam lotar as casas de stand-up comedy antes da pandemia. Para isso, em certas ocasiões ele se despia da própria roupa, tudo em nome da comédia.
"Fiquei com isso na cabeça: não posso rir, pois queria mostrar todo o meu trabalho. Depois do lançamento já recebi muitas propostas de trabalho. A vantagem é que vou poder escolher o que eu quero fazer. São trabalhos voltados ao streaming", diz Flávia que também fez um filme no final de 2021 e que deverá ser lançado no segundo semestre.
Apesar de ter passado pelo Zorra e ter atuado como uma empregada doméstica divertida na única novela feita até hoje, "Amor Eterno Amor" (Globo, 2012), Flávia Reis conta que só agora, após o LOL, recebeu o protagonismo que ela sempre almejou.
"Muita gente me viu no teatro, nos esquetes da TV, mas só agora estão ligando o nome à pessoa. Não paro de receber mensagens de gente dizendo que estavam tristes e que fazia tempo que não riam tanto. Para nós sempre é bom receber elogio, mas quando é um agradecimento é muito melhor", completa.
Para qualquer tipo de assunto é possível fazer humor. Até mesmo a maternidade, um dos momentos mais bonitos da vida, tem a sua dose de graça. Foi com esse pensamento que a comediante Flávia Reis, mãe de uma menina de cinco anos, criou o canal no YouTube Fala com a Mãe.
Nele, a comediante encarna os diversos tipos de mãe com as loucuras e preocupações que elas têm de forma divertida, sempre com os conselhos de um profissional da área da pediatria para unir humor com informação.
Tem espaço para a mãe insegura, a mãe zen, a mãe solo, a mãe culpada, a mãe egocêntrica, a mãe que mora fora, a mãe deslumbrada, dentre outras em situações hilárias.
"Quando a minha filha nasceu eu fui percebendo nesse processo de educação como eu era insegura. Comecei a dar risada de mim mesma. Me preocupava até se a água do banho estava na temperatura correta. Então fui criando personagens", revela a atriz.
O projeto tem como intuito abordar o tema com leveza e tirar o peso da maternidade perfeita. "Mães são muito responsabilizadas por coisas no dia a dia, e o riso é ferramenta para fazer graça com a gente mesmo. Esse canal surgiu de um espetáculo que eu fazia", reforça Flávia que adianta que em breve outras atrizes e mães vão participar do canal.
A atriz e comediante sabe bem a influência positiva que uma boa gargalhada pode acarretar em alguém com alto grau de estresse ou até mesmo doente. Durante muitos anos, Flávia trabalhou com os Doutores da Alegria em hospitais e posteriormente com um outro grupo criado por ela.
"Acredito muito nesse lugar do riso como resgate da nossa força e potência de vida. Saber da importância do riso na sociedade é o que mais me satisfaz", conclui.
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