Aviso
Este conteúdo é para maiores de 18 anos. Se tem menos de 18 anos, é inapropriado para você. Clique aqui para continuar.

Música
Descrição de chapéu Financial Times

Catálogo de Taylor Swift é vendido a grupo de capital privado por R$ 1, 6 bilhão

Transação é criticada por Swift, que tuitou que voltaria a gravar as canções em seu novo selo

Taylor Swift - Valerie Macon/AFP
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Anna Nicolaou Mark Vandevelde
Nova York
Financial Times

O catálogo de música de Taylor Swift foi vendido ao grupo de capital privado Shamrock Capital por mais de US$ 300 milhões (cerca de R$ 1,6 bilhão], gerando um belo lucro –mas não para a artista–, em meio a uma disparada na avaliação dos direitos musicais.

A transação foi criticada imediatamente por Swift, que tuitou que voltaria a gravar as canções em seu novo selo, o que “diminuiria o valor dos meus másters antigos” adquiridos pelo Shamrock.

A transação é a mais recente reviravolta em uma disputa que já dura dois anos entre Swift e Scooter Braun, um poderoso empresário de artistas como Justin Bieber. Ela também reflete o influxo de grupos financeiros e de capital privado ao mercado de música gravada, nos últimos anos, depois que os serviços de streaming ajudaram o setor de música a se recuperar de uma década de queda.

A venda pela Ithaca Holdings, de Braun, entrega as gravações máster de seis dos oito álbuns de Swift, todos ganhadores de múltiplos discos de platina, ao grupo de investimento fundado em Los Angeles por Roy Disney (que morreu em 1971). A companhia se capitalizou em US$ 400 milhões (R$ 2,15 bilhões), em julho, para investir em direitos de propriedade no ramo de entretenimento.

A transação avaliou o catálogo de Swift em cerca de US$ 300 milhões (R$ 1,6 bilhão), de acordo com uma pessoa informada sobre os termos do negócio, e representaria um retorno satisfatório para Braun, que no ano passado adquiriu toda a gravadora Big Machine, o selo anterior de Swift, por mais ou menos esse preço. O catálogo de Swift em geral respondia por menos da metade dos másters controlados pela Big Machine a cada ano; a gravadora também representava artistas como Rascal Flatts e Thomas Rhett.

O grupo Shamrock disse que “esperava poder se associar formalmente” à cantora, a quem definiu como “uma artista transcendente, com um catálogo imortal”, mas acrescentou que havia levado o investimento em frente mesmo diante da possibilidade de que ela não aceite uma associação.

Quando Braun adquiriu a Big Machine, sua opinião era a de que o catálogo de Swift vinha sendo subestimado, e ele viu nisso uma oportunidade, disseram pessoas familiarizadas com o assunto. Em sua opinião, os másters não haviam tido seu preço alterado de forma a acompanhar a alta gerada pelo sucesso do streaming.

O valor de mercado da música gravada disparou nos últimos anos. A Universal Music foi avaliada em 30 bilhões de euros (R$ 192 bilhões) quando da venda de uma participação acionária na empresa em 2019, bem acima dos 6,5 bilhões de euros (R$ 41,6 bilhões) que o SoftBank ofereceu pela empresa toda em 2013.

Empresas como a Hipgnosis, que tem ações cotadas no Reino Unido, estão na corrida para adquirir direitos musicais, já que canções de sucesso oferecem uma fonte de receita previsível aos investidores. Uma artista como Swift pode gerar receitas por décadas, porque suas canções continuarão a ser usadas em comerciais de TV e filmes, e nas plataformas de streaming.

De acordo com Swift, ela passou os últimos 12 meses tentando readquirir seu catálogo de Braun.Mas na segunda-feira (16) a cantora afirmou que Braun havia se recusado a negociar a não ser que ela assinasse um “acordo inflexível de confidencialidade” e que ele “nem mesmo propôs um preço à minha equipe”, antes de ela receber uma carta do Shamrock semanas atrás informando-a de que havia adquirido seus másters.

De acordo com uma carta postada em suas contas de mídia social, Swift disse ao Shamrock no dia 28 de outubro que, porque Braun continuaria a se beneficiar financeiramente de seus másters, ela “não pode contemplar uma parceria no momento”.

A cantora criticou os grupos de capital privado, na guerra que vem travando publicamente contra a Ithaca e o Carlyle Group, investidor minoritário na empresa que ajudou a financiar a aquisição da Big Machine.

No ano passado, Swift afirmou que Scott Borchetta, que fundou a Big Machine e dirigia sua antiga gravadora, a havia impedido de adquirir seu próprio catálogo musical e que em lugar disso o havia vendido à Ithaca Holdings, de Braun. Swift começou a carreira quando adolescente, lançando seus trabalhos pela gravadora sediada em Nashville.Braun não respondeu a pedidos de comentários.

  Tradução de Paulo Migliacci

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem