Música

Marcelo Gross, ex-guitarrista do Cachorro Grande, lança clipe e faz live de rock no Sul

'Sou um roqueiro brasileiro, com influências do rock clássico e britânico'

O guitarrista Marcelo Gross (no centro), com os parceiros Alexandre Papel (à esq.) e Edu Barreto (à dir.), no Carnaval da rua Augusta

O guitarrista Marcelo Gross (no centro), com os parceiros Alexandre Papel (à esq.) e Edu Barreto (à dir.), no Carnaval da rua Augusta Diego Basanelli/Divulgação

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São Paulo

Quase dois anos depois de deixar a banda Cachorro Grande, o guitarrista Marcelo Gross, 47, segue em carreira solo com sua pegada rock and roll. O músico acaba de lançar “Carnaval”, segundo single do disco “Tempo Louco”, que ele pretendia lançar em junho, mas que foi adiado por tempo indeterminado em consequência da pandemia do novo coronavírus.

A canção, disponível nas principais plataformas de streaming, também ganhou um clipe, dirigido por Diego Basanelli e gravado durante o Carnaval de rua de São Paulo deste ano, no Clandestino Estúdio, pouco antes do isolamento social. "É sobre um personagem que se perde em um bloquinho de rua. Quem nunca? Esse cara acaba se interessando e se envolvendo com a folia”, afirma Gross.

Mas rock e Carnaval combinam? “Sou um roqueiro brasileiro, com influências do rock clássico e britânico. Esse é o diferencial, falo do Brasil e da brasilidade do qual me orgulho, mantendo minha sonoridade de sempre."

A pandemia adiou seus planos para o novo disco, mas não impediu Gross de continuar a trabalhar. O músico, que mora na região da rua Augusta, no centro de São Paulo, está isolado desde março com a mãe, dona Belony, em Canoas, no Rio Grande do Sul. De lá, ele tem feito transmissões diárias pela internet, que ele chama de Love Live, para manter o ritmo.

"Vou apenas ao supermercado, à farmácia, e não tenho visto mais ninguém. Então as lives são uma forma de estar próximo dos amigos e dos fãs. É uma balada bem bacana, regada ao som de artistas que adoro, Como Rolling Stones, Beatles e Bob Dylan."

A trilha sonora, ele diz, é exclusivamente feita com sua coleção de vinil. "Quando tem um aniversário de algum disco, como o 'Let It Be' [dos Beatles] recentemente, eu conto a história da obra e toco algumas dessas músicas."

O músico também apresenta canções autorais, ao vivo. "São as músicas dos meus dois discos solo e também as que escrevi durante os 20 anos em que estive na Cachorro Grande, como ‘Bom Brasileiro’, ‘Dia Perfeito’ e ‘A Hora do Brasil’.”

Gross diz que as lives se transformaram em uma balada intelectual. "Também dou dicas de filmes e livros. E sempre brinco: ‘tirem as crianças da sala’, quando falamos de literatura da geração [do movimento americano] Beatnik. O pessoal abre um vinho, pega algo para comer e assiste. É para os madrugadeiros."

As transmissões são de segunda a sexta-feira, à meia-noite no Instagran do músico (@marcelogross), e há ainda uma sessão matinê aos sábados, às 19h, em seu canal do YouTube: Marcelo Gross. Ele fará uma live especial nesta terça-feira (2), às 18h, na plataforma Show Livre Play. A apresentação faz parte da campanha #musicasalva, onde a plateia escolhe quanto quer pagar pelo ingresso online, de R$ 10 a R$ 30.

NOVO ÁLBUM

O artista ainda cita o futuro álbum “Tempo Louco”, que combinar com o momento que vive o planeta. “Já lançamos ‘Dança das Almas’ e ‘Carnaval’. É legal, porque o público já vai se habituando para quando os shows voltarem.”

A terceira canção a ser lançada, “As Lágrimas”, será disponibilizada daqui a um mês, enquanto o disco não é disponibilizado integralmente. “Nessa canção, falo que as lágrimas vão com a correnteza e levam a sua angústia embora. Chorar não é necessariamente ruim, porque você limpa as mágoas para ter coisas novas.”

Edu Barretto e Alexandre Papel completam o power trio de Gross no álbum. “Carnaval”, que também conta com a participação de Pedro Pelotas no piano, ex-tecladista do Cachorro Grande. O artista ainda mantém uma relação próxima com os demais músicos da banda que ajudou a fundar, há mais de 20 anos.

"Sempre que vou gravar um disco, já chamo o Pedro Pelotas. Ele tem um piano martelado ao estilo Little Richard, faz shows. A relação com Beto Bruno, vocalista da extinta banda, também é de proximidade. “Falamos uma vez por semana, pelo menos. Às vezes ele me liga bêbado para falar umas bobagens. É ótimo."

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