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Krishna Mahon
Descrição de chapéu Sexo

Como lidar com krush que caga pra gente?

Dar descarga ou se jogar na privada?

'Dolly deu mole', de Thales Pereira
'Dolly deu mole', de Thales Pereira - @thalesfariapereira no Instagram
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Comprou café, queijo quente e suco numa padaria cara e foi ver o krush que estava o fim de semana inteiro na sua cidade, mas que só tinha dado as caras na manhã de domingo.

"Ele abriu a porta do airbnb com aquele sorriso lindo –aliás, todo lindo". Tenho uma irmã nesse nível de beleza, que até o raio-x é lindo, saca? O krush era desse tipo de gente, que deixa a gente embasbacado.

Comeram e se comeram –mas calma, primeiro falaram da vida, um atualizando o outro dos itens básicos: família, trabalho e tals. Como sempre, ela falava e fazia perguntas mais que ele. Beijaram e sarraram pouco e já transaram. Ele, que era orgasmo garantido ou seu dinheiro de volta, dessa vez estava diferente, mas ela não sabia ao certo o porquê.

"O peru seguia perfeito"; sim, ela achava o peru mais maravilhoso do mundo, em forma, cor, tamanho, tudo. Segundo ela era um acontecimento uterino, de aplaudir em pé, sem precisar das mãos, rs. "Nem dou oi e já tem um osso ali, Kri", disse ela empolgada com a solidez do membro.

Assim que gozou, reparou que ele estava com o cabelo oleoso, que a roupa de cama parecia não estar trocada, que o lixo do quarto estava cheio, e que, pelo conjunto da obra, passaram outras comidas e bebidas (e quiçá pessoas) ali na noite anterior. Quando foi ao banheiro, acabou se deparando com uma tinta marrom na privada. Um cocô desses feios de quem teve piriri spray, aquelas diarreias que drenam a gente. Ela até tentou fazer piada da situação, dando descarga ao mesmo tempo, mas ouviu um mero "ah, a descarga enguiçou".

No uber pra casa sentiu uma dorzinha no peito, mas na hora não soube identificar ao certo o motivo. Conversando dias depois comigo, choramingou dizendo "eu não valho pra ele nem um banho".

Quanto vale o krush?

Peguei 7 horas de ônibus pra ver Marinão, minha amiga querida; cruzo o planeta gastando o que tenho e não tenho pra ver a Claudinha; e acho que o amor merece mesmo que se mova montanhas, ou que se cruze muitas delas movido pelo afeto.

Minha amiga sofreu pelo seu krush lindo quando comparou o que faria por ele e o que sentia que ele faria por ela. Mas será que dá pra medir o afeto dos outros? Porque cada um demonstra de um jeito, né?

Tentei acolher a amiga, colocar a cagada (literalmente) em perspectiva, mas ela estava triste, triste. Daí veio a dúvida: o que fazer quando o krush caga pra você?

Phoda Madrinha recebe zilhões de histórias parecidas no confessionário que virou meu Instagram @krishnamahon, e nunca sei ao certo se dou esperança de encontros melhores com o mesmo krush, ou se lembro que somos 8 bilhões de pessoas na Terra.

Entre amores líquidos ou o peru sólido, o que fazer? Ah, Bauman… O bom é que minha amiga é um doce de pessoa e dificilmente vai se apegar à cagada do krush, e recomendo o mesmo pra você que se deparou com algum desafeto. Deixa rolar… Quem sabe?

Krishna Mahon

Jornalista e cineasta indicada ao Emmy, é apresentadora do SexPrivé Club da Band. Foi produtora da Discovery e diretora de conteúdo do History.

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