Wagner Moura quer valorizar direitos humanos ao contar história de Sergio Vieira de Mello
Filme 'Sergio' narra viagem na qual o diplomata foi morto por ataque terrorista
Filme 'Sergio' narra viagem na qual o diplomata foi morto por ataque terrorista
Depois de "Narcos", série sobre o narcotraficante colombiano Pablo Escobar, Wagner Moura encara seu segundo protagonista em uma produção da Netflix ao dar vida ao diplomata brasileiro Sergio Vieira de Mello, no filme "Sergio". Ao lado de Brent Travers e Daniel Dreifuss, o ator de 43 anos também é produtor do longa, que teve sua estreia nos cinemas cancelada devido à pandemia do novo coronavírus.
O filme narra a história da morte de Vieira de Mello, aos 55 anos, em um atentado em Bagdá, no Iraque, em 2003. Na época, ele ocupava o cargo de Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos e era o principal alvo do ataque na sede da ONU (Organização das Nações Unidas) no país, que mais tarde foi atribuído à Al Qaeda.
Corajoso, empático e mais pragmático do que idealista, Vieira de Mello se colocou na linha de frente de muitas guerras culturais e, em suas missões, conseguia negociações que nem mesmo o governo era capaz de alinhavar.
"Os defensores de direitos humanos infelizmente são alvos de muitos ataques, ao ponto de serem assassinados", afirma Moura, em entrevista, ao citar casos como o da missionária Dorothy Stang, morta aos 73 anos em Anapu (PA), e o da vereadora Marielle Franco (PSOL), morta com o motorista Anderson Gomes, em 2018, no Rio de Janeiro.
“É uma inversão de valores: a extrema direita diz que os defensores de direitos humanos defendem bandidos, e esse tipo de narrativa contamina as pessoas. É um discurso que tem ganhado muita força, sobretudo debaixo do governo que vivemos no Brasil", completa o ator.
"Sergio" dá início a um projeto maior que tem como objetivo trazer mais produções aos Estados Unidos sobre personagens latinos, mas que não reforcem estereótipos. Moura espera que, ao retratar a história de Sergio, ilumine as pessoas sobre a importância de lutar por esse ideal.
"Eu sempre fui muito interessado pela história da ONU, que é algo que sempre me fascinou, desde pequeno. E eu sabia que tinha um brasileiro importante lá, mas só fui saber mais sobre Sergio depois que ele morreu no atentado de 2003", diz Moura.
Para incorporar o personagem, o ator indicado ao Globo de Ouro de 2016 adotou algumas mudanças físicas –emagreceu, ficou mais bronzeado, pintou o cabelo para parecer grisalho e usou maquiagem para envelhecer–, e tomou nota das diversas teses acadêmicas sobre o diplomata, além de ver produções audiovisuais e livros sobre o assunto, como "O Homem Que Queria Salvar o Mundo" (Companhia das Letras, 2008), de Samantha Power, ganhadora do Pulitzer e ex-embaixadora dos Estados Unidos para as Nações Unidas.
Wagner Moura também afirma que conversou com os filhos e com a esposa do diplomata, a economista argentina e professora universitária Carolina Larriera –interpretada no filme pela cubana Ana De Armas ("Blade Runner 2049")–, e última pessoa a ver o diplomata com vida. "Achei que eticamente era o mais certo a se fazer. Tinha que dizer a essas pessoas que estava fazendo esse projeto, e que eles eram bem-vindos a colaborar se quisessem."
Após reunir as informações, o ator diz ter criado sua própria versão do personagem, e a traduziu com a ajuda do roteirista Craig Borten, indicado ao Oscar por "Clube de Compras Dallas" (2013), e do diretor Greg Barker, vencedor do Emmy pelo documentário “Manhunt: The Inside Story of the Hunt for Bin Laden”, e que dirigiu, em 2009, um documentário sobre a vida de Vieira de Mello para o canal HBO.
No longa, Moura procura mostrar que, entre um encontro com líderes de partidos em suas casas e enfrentamentos com o representante do governo americano Paul Bremer (Bradley Whitford), Vieira de Mello ainda tinha tempo para apreciar um café, como um bom brasileiro, conhecer a rotina de nativos, ou estar com Carolina.
A linha narrativa não é cronológica, e mistura cenas das ações de Vieira de Mello na ONU com momentos em que ele ficou soterrado, antes de sua morte. "No final das contas, é um filme sobre direitos humanos. Mais do que isso, sobre o valor da empatia; sobre um líder mundial que via as pessoas como pessoas, e não como estatísticas", conclui Moura.
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